sábado, 28 de maio de 2016

CORNA ATÉ O FIM.

                               É PRA ACABAR, MESMO!

Embora, querendo guardar só para mim, as coisa boas que a vida me oferece,
acabo por dividir para o mundo, as minha dores e insanidades.
Digo isso, porque dentro de minha razão e saudade,
em meio a escuridão, sem me dar conta o quão triste estava, passei a gritar e a chamar por você.
O meu eu, estava precisando disso.
Chamei por você e implorei pelo seu amor, e nada de você vir.
Mas estou ciente que na realidade, você não veio, porque não existe.
Existe? Existe nada.
Me acordei no meio da noite, fui ao Toallet tropeçando em meus próprios calcanhares,
sem sequer acender as luzes do corredor que dava ao banheiro.
Tudo estava escuro. Um breu.
Sabe quando a alma reclama e não quer se calar de jeito algum?
Assim estava o meu humilde e abalado ser.
Sabe aquele momento que pensamos que tudo não faz mais sentido em nossas vidas?
Eu estava assim.
Percebi ao me olhar no espelho que na verdade, eu não chorava,
eu estava rindo de mim mesma.
Veja!
Até o meu interior, acabou por zombar da minha tamanha insanidade?
É pra acabar mesmo!
Ali de olhos fixados e arregalados no espelho,
me intitulei de fraca, frouxa e o tempo todo que ali estive,
gargalhei tanto que acabei por acordar todos os moradores da região.
Então. embriagada pela enorme saudade de você,
saí até a rua e passei a cantar e a dançar para os que vieram me ver.
Não sei se o povo que veio me ver, não gostou do espetáculo que estava a apresentar,
ou ficaram revoltados porque os obriguei a saltar de suas camas quentinhas para me ver,
só sei que vieram com a falta de humor tão em evidência que me surpreendi com tamanha agressão e hostilidade.
Sei que canto muito mal, mas acho que não seria pra tanto, né?
Deve ser por essa razão que veementemente, passaram a me hostilizar.
Todos, todos eles sem exceção, viraram-me as costas para mim,
saíram resmungando palavras de ordem, me deixando sozinha.
E enquanto se iam lentamente, passaram a me apedrejar com fúria.
Eu, como não estava em mim, pela tamanha saudade,
embriagada, continuei cantando e chorando as minhas músicas de corno,
e estendi pela madrugada afora.
Corna até o fim.




































                              MARY PEGO

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