Ainda guardo cravado no peito, um sentimento pela grande perda dos meus avós.
Sinto tanto ter conhecido somente um deles.
O pai de minha mãe.
Quanto eu queria tê-los amado, passando as mãos em seus cabelos.
Como eu queria poder olhar em seus olhos e dizer;
_Te amo e te amarei para o resto de minha vida.
Hoje sinto a muito falta deles.
Eles serão os meus amores para sempre!
Como devem de ter sofrido com doenças, preconceitos e agressões.
Hoje, só eu sei o quanto um negro sofre.
Vivo numa luta diária para me defender de verdadeiros boçais.
Luto para viver inserida numa sociedade tomada pelo preconceito.
O meu avô por parte de mãe, era filho de índio.
Pelo que dizia a minha mamãe, o seu pai foi pego a laço por homens brancos,
quando tinha mais ou menos, cinco a sete anos de idade.
A avó, por parte de mãe, não fiquei sabendo muito sobre ela.
O meu avô por parte de pai, era filho de branco e além de ter a pele branca,
tinha olhos muito claro.
Pelo que conta o meu papai, o seu pai casou-se com uma moça africana.
Viu? Se a minha avó era africana, a Africa também é o meu país.
Tenho orgulho de ser um pouco africana.
Veja. Se eu tivesse ter tido a honra de conviver com eles, seria para mim uma benção.
E eu não sei bem qual o motivo, mas tenho enorme saudades de cada um deles.
Sei que é impossível, mas tento estar por perto deles em pensamento.
Amo os meus antepassados e é por isso que amo os que estão aqui agora.
Meus antepassados são para mim a minha melhor lembrança.
Mesmo não ter convivido com eles.
Sou fruto de várias etnias.
EU ME AMO MUITO!
MARY PEGO
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