NOS CASAREMOS COM O SEU PLENO CONSENTIMENTO.
A mente humana anda de mãos dadas com a alma.
Tudo que queremos, podemos realizar de forma ampla..
A nossa mente atrai tudo que desejamos de verdade.
Se eu colocar na minha mente que o papa Francisco vai se casar comigo,
não vai ter quem o faça pensar do contrário.
ENTÃO, NOS CASAREMOS.
Simples assim.
E o despertar do desejo acontecerá sem mesmo esboçar palavras, ou gestos.
Será como que acordar de um sono profundo com as estrelinhas piscando dentro dos olhos dele, frente uma simples fotografia.
Sim, a mente é responsável pelas nossas derrotas, ou conquistas.
Se quero algo, ninguém pode visitar o meu interior para descobrir o que realmente quero.
Então; ninguém poderá me barrar, impedindo a minha evolução, ou degradação, se não falei dos meus desejos a ninguém.
A mente é muito poderosa, por isso, uso a minha somente para o bem, em todos os degraus da minha vida.
Pensem em coisas boas.
Atraiam somente o que é bom para a suas vidas.
Se podemos atrair tudo o que é bom, pra que sofrer depositando coisas ruins dentro nós?
MARY PEGO
sexta-feira, 30 de junho de 2017
quinta-feira, 29 de junho de 2017
DEUS QUE ME LIVRE E ME GUARDE,
...DE MIM MESMA!
Quando resolver me procurar, vai demorar bom tempo pra me encontrar.
Não que eu esteja me escondendo de alguém, mas por ser muito difícil o caminho que percorri até aqui.
Mas se resolver me procurar, no caminho vai haver vários sinais de que já passei por ele, basta estar atento em tudo.
Quem estiver pensando em sair à minha procura, logo vai saber se estão no caminho certo, pois nele, encontrarão restos de carrinhos de rolimã, bonecas velhas feitas de panos, histórias escritas em papéis de pão sujos e amassados, e ...além de muitas outras coisas, vai achar até pernas de pau. Todos feitos por mim mesma, e tudo no extremo capricho.
Quando tentar me encontrar, talvez seja um pouco tarde demais, porque eu posso estar vendendo doces, ou fazendo bonecos de barro para vender para algum viajante.
Posso quem sabe, estar diminuindo alguma roupa que ganhei e que ficou grande demais para o meu corpinho raquítico
Ou talvez nem me encontrarão, na minha ausência pode ser por eu esteja dormindo, devido a anemia forte que me incomoda em tempo integral..
...Ah! Não se preocupe comigo não, porque hoje, mudei, estou diferente e graças a Deus, cresci.
Quando pensar em me ver novamente, estou certa que não vão me reconhecer mais.
E por eu ter crescido, fiquei responsável e abandonei todas as brincadeiras da minha época de criança.
É? Bem? Uma cama de elástico, uma piscina de bolinhas para mergulhar, sem medo de morrer afogada...
Ahahahahahah meu Deus, quanta saudade daquilo que não vivi
Vejam só, sou uma geriátrica toda sentimental, saudosa e amorosa de dar nojo.
Devido a isso, peguei até o instinto dos bisbilhoteiros.
Todos os dias quero saber como tem passando, os que amo. Se comeu direitinho, se não precisam da minha ajuda e assim por diante. Claro, (como dizia mamãe) não posso nem com o peso das cuecas e penso em ajudar os outros
E quando os ofereço ajuda, e que acabam se empolgando achando que tenho alguns, passo por maus bocados, tentando prová-los do contrário. Mas até chegar nesta conclusão, juro por Deus que é uma verdadeira penitência.
DEUS QUE ME LIVRE E ME GUARDE, ...DE MIM MESMA!
MARY PEGO
Quando resolver me procurar, vai demorar bom tempo pra me encontrar.
Não que eu esteja me escondendo de alguém, mas por ser muito difícil o caminho que percorri até aqui.
Mas se resolver me procurar, no caminho vai haver vários sinais de que já passei por ele, basta estar atento em tudo.
Quem estiver pensando em sair à minha procura, logo vai saber se estão no caminho certo, pois nele, encontrarão restos de carrinhos de rolimã, bonecas velhas feitas de panos, histórias escritas em papéis de pão sujos e amassados, e ...além de muitas outras coisas, vai achar até pernas de pau. Todos feitos por mim mesma, e tudo no extremo capricho.
Quando tentar me encontrar, talvez seja um pouco tarde demais, porque eu posso estar vendendo doces, ou fazendo bonecos de barro para vender para algum viajante.
Posso quem sabe, estar diminuindo alguma roupa que ganhei e que ficou grande demais para o meu corpinho raquítico
Ou talvez nem me encontrarão, na minha ausência pode ser por eu esteja dormindo, devido a anemia forte que me incomoda em tempo integral..
...Ah! Não se preocupe comigo não, porque hoje, mudei, estou diferente e graças a Deus, cresci.
Quando pensar em me ver novamente, estou certa que não vão me reconhecer mais.
E por eu ter crescido, fiquei responsável e abandonei todas as brincadeiras da minha época de criança.
É? Bem? Uma cama de elástico, uma piscina de bolinhas para mergulhar, sem medo de morrer afogada...
Ahahahahahah meu Deus, quanta saudade daquilo que não vivi
Vejam só, sou uma geriátrica toda sentimental, saudosa e amorosa de dar nojo.
Devido a isso, peguei até o instinto dos bisbilhoteiros.
Todos os dias quero saber como tem passando, os que amo. Se comeu direitinho, se não precisam da minha ajuda e assim por diante. Claro, (como dizia mamãe) não posso nem com o peso das cuecas e penso em ajudar os outros
E quando os ofereço ajuda, e que acabam se empolgando achando que tenho alguns, passo por maus bocados, tentando prová-los do contrário. Mas até chegar nesta conclusão, juro por Deus que é uma verdadeira penitência.
DEUS QUE ME LIVRE E ME GUARDE, ...DE MIM MESMA!
MARY PEGO
segunda-feira, 26 de junho de 2017
NÃO VAI HAVER, GRAND FINALE.
SEJA UM RUMINANTE
Levantem-se todos, e não permitam o cansaço de seus cérebros.
Se tiver alguém esperando pelo GRAND FINALE, sinto informa-lhes que uma história acaba somente para alguém que não sabe apreciar o desenrolar detalhado dela, do principio ao fim.
Nem com a minha morte, me separarei da minha.
Uma história só termina para leigos que a lê na sua superficialidade.
Os superficiais não interpretam as entrelinhas que estão estampadas, tatuadas na ausência das minhas declarações.. Penso eu, que muitos nem vão saber da existência, ou enxergar esse espaço que existe em mim e ela;
Para um bom leitor, nas entrelinhas se descobrirá segredos importantes, e nelas encontrarão detalhes para a continuação da mesma.
Um leitor é como um ruminante, que mesmo depois de ler o último capitulo, vai remoer e se perguntar sempre;
_Porque disso, daquilo, e....?
Ler de verdade é viajar na imaginação.
Sei muito bem, que existe alguém por ai me lendo.
Mas nem vão ficar pensado bobagens, heim?
MARY PEGO
Levantem-se todos, e não permitam o cansaço de seus cérebros.
Se tiver alguém esperando pelo GRAND FINALE, sinto informa-lhes que uma história acaba somente para alguém que não sabe apreciar o desenrolar detalhado dela, do principio ao fim.
Nem com a minha morte, me separarei da minha.
Uma história só termina para leigos que a lê na sua superficialidade.
Os superficiais não interpretam as entrelinhas que estão estampadas, tatuadas na ausência das minhas declarações.. Penso eu, que muitos nem vão saber da existência, ou enxergar esse espaço que existe em mim e ela;
Para um bom leitor, nas entrelinhas se descobrirá segredos importantes, e nelas encontrarão detalhes para a continuação da mesma.
Um leitor é como um ruminante, que mesmo depois de ler o último capitulo, vai remoer e se perguntar sempre;
_Porque disso, daquilo, e....?
Ler de verdade é viajar na imaginação.
Sei muito bem, que existe alguém por ai me lendo.
Mas nem vão ficar pensado bobagens, heim?
MARY PEGO
sexta-feira, 23 de junho de 2017
TAM-TAM! TAM-TAM! TAM-TAM
ONDE VOCÊ ESTÁ?
Já acertou a sua frequência hoje?
Você já procurou ver se a sua sintonia está bem?
Tam-tam! Tam-tam! Tam-tam!
Sintam como o meu coração está trabalhando a meu favor?
Onde está o coração que conseguiu sintonia ao meu?
Bom diaaaaaaaaaa!
Está no Japão? Estados unidos? República da Congo? ...Onde, onde, onde?
Não sei, mas já sinto o seu pulsar bem aqui dentro do meu peito.
Aqui, a comunicação é feita de coração pra coração.
Tam-tam! Tam-tam! Tam-tam!
Dê um minuto de atenção a você mesmo e ouça o que o seu coração quer lhe dizer.
Vamos baixar a guarda e dar as mãos uns aos outros, em nome da paz mundial,
e cantar todos juntos numa só voz, assim:
VEM SOL
As nuvens, como se quisessem proteger o nosso amor, pairam bem por cima de nós.
Mas o sol, por invejar demais o nosso amor, brinca de esconde- esconde a sorrir.
As nuvens querendo ser anfitriã do nosso amor, quer privar-nos que ele venha nos aquecer.
Mas anjos celestiais lhes ordenam a dançar, e assim num vai e vem, um espetáculo a exibir.
TRIS.
É o universo aprovando o nosso amor
Vem sol, nuvens se vão.
É o universo sorrindo pra nós.
Vem nuvens, sol se vai.
É o universo dançando pra nós.
Vem sol, nuvens se vão.
BOM DIA, UNIVERSO!
MARY PEGO
quarta-feira, 21 de junho de 2017
NÃO TEMO QUEM TE ADORA A PRÓPRIA MORTE.
VOCÊ É GIGANTE POR NATUREZA.
Ouviram as afrontas as margens da falência de um povo heroico bradando a lutar,
E com o sol da liberdade insistindo em não mais brilhar.
Empenhamos, mesmo sem igualdade e tentamos conseguir com os braços já fraquejando.
Somos um povo procurando cegamente pelo seio da liberdade.
Desafiamos um perigo eminente que pode vir a custar a nossa própria morte.
Lutamos pela nossa pátria amada que tanto a idolatramos
E que Deus salve a sua recuperação do meu país.
Um país de sonho intenso, e que as aves de rapina insistem em destruí-lo.
Um raio que ainda ilumina nos olhos de seu povo que o ama, depositando toda a esperança que tem, em ti
Para que o nosso céu seja formoso e límpido e a imagem do cruzeiro continue a resplandecer, estamos prontos a morrer lutando pra te ver brilhar.
Meu lindo Brasil, você é gigante por natureza.
Sua beleza, coragem e garra o deixa forte e grandioso.
E ao mundo espelha sua magnifica grandeza.
O adorarei sobre todas as nações, minha terra adorada.
Você é o meu manto sagrado e por ti lutarei até a minha morte.
Não temerei, não me deitarei, mas me levantarei com espadas afiadas,
e como um soldado fiel, lutarei para livrá-lo dos seus algozes.
Porque como filha, não fugirei a luta, porque não temo quem te adora a própria morte.
MARY PEGO
Ouviram as afrontas as margens da falência de um povo heroico bradando a lutar,
E com o sol da liberdade insistindo em não mais brilhar.
Empenhamos, mesmo sem igualdade e tentamos conseguir com os braços já fraquejando.
Somos um povo procurando cegamente pelo seio da liberdade.
Desafiamos um perigo eminente que pode vir a custar a nossa própria morte.
Lutamos pela nossa pátria amada que tanto a idolatramos
E que Deus salve a sua recuperação do meu país.
Um país de sonho intenso, e que as aves de rapina insistem em destruí-lo.
Um raio que ainda ilumina nos olhos de seu povo que o ama, depositando toda a esperança que tem, em ti
Para que o nosso céu seja formoso e límpido e a imagem do cruzeiro continue a resplandecer, estamos prontos a morrer lutando pra te ver brilhar.
Meu lindo Brasil, você é gigante por natureza.
Sua beleza, coragem e garra o deixa forte e grandioso.
E ao mundo espelha sua magnifica grandeza.
O adorarei sobre todas as nações, minha terra adorada.
Você é o meu manto sagrado e por ti lutarei até a minha morte.
Não temerei, não me deitarei, mas me levantarei com espadas afiadas,
e como um soldado fiel, lutarei para livrá-lo dos seus algozes.
Porque como filha, não fugirei a luta, porque não temo quem te adora a própria morte.
MARY PEGO
terça-feira, 20 de junho de 2017
NEM ISAAC NEWTON E NEM PARA ALBERT EINSTEIN,
ESTOU MAIS PARA OVO DE COLOMBO.
Tudo aqui parece difícil, mas a verdade é, que é muito mais fácil e simples, que imaginei ser.
Do contrário deles, amor, não penso e por essa razão, mesmo me debatendo a exaustão, quase por nada, tudo vem se deslanchando com muita rapidez.
Também, estou mais para ovo de Colombo, que para Isaac Newton e Albert Einstein?
Suponho que ferveram o cérebro pensando nas suas realizações que são importantíssimas até no dia de hoje.
Deus me livre, se não houvessem descoberto-as!
Se resolvesse eu enfrentar o caminho de Isaac Newton que passou o resto de seus dias ampliando as suas importantes descobertas, não teria eu, tempo algum para persuadi-lo.
A minha esperteza anda no lombo das preguiças, e por isso o meu desenvolvimento é lentíssimo.
Ele, como sábio cientista inglês, descobriu entre muitas, a lei da gravidade. "Lei d gravitação universal"
Inteligente, não?
Contando que eu ainda nem me descobri ainda.
Nem vou rir dessa vez, porque é um relato muito feio quando se trata da minha humilde pessoa.
Injuriada aqui estou, vendo o final do caminho, e mal sei qual o caminho que percorri..
Veja só amor, Albert Einstein, um físico teórico alemão, lá no ano de 1905 publicou estudos de um físico
Neerlandês, sobre a teoria da relatividade geral, ao lado da mecânica quântica, e eu ainda sequer descobri qual é a real entre nós dois?
Já Colombo pela simplicidade do feito, mostrou a muitos que o que parece impossível, pode sim ser realizado com louvor. E embora sendo mais para Newton e Albert, estou aqui parada na simplicidade e no tempo.
Mas como pensamento de um corno desesperado, pensei:
_Se tudo é relativo, então podemos sim, ser um conjunto mesmo que desordenado do, e no amor.
ESTOU AQUI QUASE CHORANDO. VEM?
MARY PEGO
Tudo aqui parece difícil, mas a verdade é, que é muito mais fácil e simples, que imaginei ser.
Do contrário deles, amor, não penso e por essa razão, mesmo me debatendo a exaustão, quase por nada, tudo vem se deslanchando com muita rapidez.
Também, estou mais para ovo de Colombo, que para Isaac Newton e Albert Einstein?
Suponho que ferveram o cérebro pensando nas suas realizações que são importantíssimas até no dia de hoje.
Deus me livre, se não houvessem descoberto-as!
Se resolvesse eu enfrentar o caminho de Isaac Newton que passou o resto de seus dias ampliando as suas importantes descobertas, não teria eu, tempo algum para persuadi-lo.
A minha esperteza anda no lombo das preguiças, e por isso o meu desenvolvimento é lentíssimo.
Ele, como sábio cientista inglês, descobriu entre muitas, a lei da gravidade. "Lei d gravitação universal"
Inteligente, não?
Contando que eu ainda nem me descobri ainda.
Nem vou rir dessa vez, porque é um relato muito feio quando se trata da minha humilde pessoa.
Injuriada aqui estou, vendo o final do caminho, e mal sei qual o caminho que percorri..
Veja só amor, Albert Einstein, um físico teórico alemão, lá no ano de 1905 publicou estudos de um físico
Neerlandês, sobre a teoria da relatividade geral, ao lado da mecânica quântica, e eu ainda sequer descobri qual é a real entre nós dois?
Já Colombo pela simplicidade do feito, mostrou a muitos que o que parece impossível, pode sim ser realizado com louvor. E embora sendo mais para Newton e Albert, estou aqui parada na simplicidade e no tempo.
Mas como pensamento de um corno desesperado, pensei:
_Se tudo é relativo, então podemos sim, ser um conjunto mesmo que desordenado do, e no amor.
ESTOU AQUI QUASE CHORANDO. VEM?
MARY PEGO
domingo, 18 de junho de 2017
DESSA VEZ, GOSTARIA QUE ME COMPREENDESSEM.
EXPERIMENTEM!
Nós, como seres humanos, queremos e lutamos para que sejamos grandes.
Dificilmente, vai haver alguém que não queira evoluir.
A verdade é, que a maioria não para pra pensar que, ( não desprezando a criatura humana) somos muito parecidos com um eletro domestico, máquina de tecnologia avançada, ou daquelas bem grosseiras.
A nossa diferença, é que sentimos dor e raciocinamos por sermos obra de um criador superior.
Pensem:
_Quantas pessoas que julgávamos saudáveis, o coração resolveu parar por um motivo ou outro, e sem que pudessem fazer com que voltassem a vida, saiu sem ter como voltar
Um aparelho qualquer, é bem assim.
Quando novo funciona bem, e...um dia... de repente não funciona mais.
Somos superiores a eles, porque temos como não ir de vez por todas.
Mesmo muitos não parando para refletir na passagem que um dia farão, vão ter que viajar.
Queira sim, queira não, vamos, mas temos como nos preparar espiritualmente, para não ficarmos vagando no espaço.
Já o aparelho, além de não ter recebido essa graça, não precisa,.
Ele, mesmo que der sinais de que está indo de mau para pior, existe outro numa loja para a sua reposição.
Basta simplesmente que eu tenha dinheiro, para que eu possa ter outro. E vou poder adquirir outro com uma tecnologia muito mais avançada que o anterior, se tiver como efetuar a compra.
Quando eu partir dessa pra "melhor," bater a caçuleta, ou com o rabo na cerca, não vão encontrar ninguém que possa vir a me substituir.
Somos únicos perante o universo. Bons, ruins, lindos, feios, sábios, leigos e...?
Sinto muito informá-los, mas não haverá um substituto a altura.
Eu nem sei bem ainda o que vim fazer aqui, mas sei, e quero que o povo sofra menos e se conscientize.
Quero que pense que não somos máquinas e como estamos a passeio, devemos pensar seriamente no nosso amanhã.
Como eu gostaria que me compreendessem e que quero o melhor para a humanidade.
Cada pessoa é peça chave para que a melhora venha a acontecer de um modo amplo no mundo. E se cada um se esforçar no que é correto, amanhã o mal poderá amenizar perdendo força e não sendo superior ao bem
Não sejam liquidificador e comece a revolução dentro de si. Dentro do quadro familiar.
Interajam com o seu animal de estimação, estendendo pra fora da sua porta, ganhando as ruas. Invoque o bem. Tente atrair coisas boas e verá como é maravilhoso viver com amor.
Viver bem é saber administrar tudo com amor. A começar pela questão financeira. Se Deus é paz, porque vou viver angustiada e afundada em contas? Se Deus é prazer, porque me revoltar?
Pra que eu viva bem feliz, tenho que saber que sou muito importante para mim. Me olhar no espelho e me elogiar, antes que os outros me elogiem. E tudo o que eu fizer, que seja para o meu engrandecimento pessoal e espiritual.
Eu estando bem, vou fazer com que alguém fique feliz.
Quando se está bem, os olhos sorriem sem ser preciso que mostre os dentes.
Devo ficar bonita primeiro pra mim, e depois para os outros. Amo primeiramente a mim, para depois amar quem está ao meu lado. Como poderei transmitir amor e afeto, se não aprendi a me amar?
De quando em quando, pego o meu melhor sapato, vestido e depois de produzida, desfilo para mim. Faço para conquistar sorrisos com o meu próprio sorriso. Comigo não existe tédio e monotonia.
DESSA VEZ PEÇO QUE ME LEVEM MUITO A SÉRIO. EXPERIMENTEM!
MARY PEGO
Nós, como seres humanos, queremos e lutamos para que sejamos grandes.
Dificilmente, vai haver alguém que não queira evoluir.
A verdade é, que a maioria não para pra pensar que, ( não desprezando a criatura humana) somos muito parecidos com um eletro domestico, máquina de tecnologia avançada, ou daquelas bem grosseiras.
A nossa diferença, é que sentimos dor e raciocinamos por sermos obra de um criador superior.
Pensem:
_Quantas pessoas que julgávamos saudáveis, o coração resolveu parar por um motivo ou outro, e sem que pudessem fazer com que voltassem a vida, saiu sem ter como voltar
Um aparelho qualquer, é bem assim.
Quando novo funciona bem, e...um dia... de repente não funciona mais.
Somos superiores a eles, porque temos como não ir de vez por todas.
Mesmo muitos não parando para refletir na passagem que um dia farão, vão ter que viajar.
Queira sim, queira não, vamos, mas temos como nos preparar espiritualmente, para não ficarmos vagando no espaço.
Já o aparelho, além de não ter recebido essa graça, não precisa,.
Ele, mesmo que der sinais de que está indo de mau para pior, existe outro numa loja para a sua reposição.
Basta simplesmente que eu tenha dinheiro, para que eu possa ter outro. E vou poder adquirir outro com uma tecnologia muito mais avançada que o anterior, se tiver como efetuar a compra.
Quando eu partir dessa pra "melhor," bater a caçuleta, ou com o rabo na cerca, não vão encontrar ninguém que possa vir a me substituir.
Somos únicos perante o universo. Bons, ruins, lindos, feios, sábios, leigos e...?
Sinto muito informá-los, mas não haverá um substituto a altura.
Eu nem sei bem ainda o que vim fazer aqui, mas sei, e quero que o povo sofra menos e se conscientize.
Quero que pense que não somos máquinas e como estamos a passeio, devemos pensar seriamente no nosso amanhã.
Como eu gostaria que me compreendessem e que quero o melhor para a humanidade.
Cada pessoa é peça chave para que a melhora venha a acontecer de um modo amplo no mundo. E se cada um se esforçar no que é correto, amanhã o mal poderá amenizar perdendo força e não sendo superior ao bem
Não sejam liquidificador e comece a revolução dentro de si. Dentro do quadro familiar.
Interajam com o seu animal de estimação, estendendo pra fora da sua porta, ganhando as ruas. Invoque o bem. Tente atrair coisas boas e verá como é maravilhoso viver com amor.
Viver bem é saber administrar tudo com amor. A começar pela questão financeira. Se Deus é paz, porque vou viver angustiada e afundada em contas? Se Deus é prazer, porque me revoltar?
Pra que eu viva bem feliz, tenho que saber que sou muito importante para mim. Me olhar no espelho e me elogiar, antes que os outros me elogiem. E tudo o que eu fizer, que seja para o meu engrandecimento pessoal e espiritual.
Eu estando bem, vou fazer com que alguém fique feliz.
Quando se está bem, os olhos sorriem sem ser preciso que mostre os dentes.
Devo ficar bonita primeiro pra mim, e depois para os outros. Amo primeiramente a mim, para depois amar quem está ao meu lado. Como poderei transmitir amor e afeto, se não aprendi a me amar?
De quando em quando, pego o meu melhor sapato, vestido e depois de produzida, desfilo para mim. Faço para conquistar sorrisos com o meu próprio sorriso. Comigo não existe tédio e monotonia.
DESSA VEZ PEÇO QUE ME LEVEM MUITO A SÉRIO. EXPERIMENTEM!
MARY PEGO
sexta-feira, 16 de junho de 2017
UMA PAIXÃO RECOLHIDA, AMOR,
PODE COM CERTEZA LEVAR À MORTE.
Hoje amanheci muito triste, amor.
Acordei com o corpo todo latejando por saudades de você.
Eu por inteira, te desejando.
Pode?
Tudo em mim, só quer você.
Mesmo sabendo e sentindo isso, fui ao médico para me certificar da dor.
O médico, logo ao me ver, surpreso diagnosticou ser paixão recolhida.
Será que essa doença mata, amor?
Penso que sim, pois estou morrendo por estar distante de você.
No que o doutor me olhou nos olhos, imediatamente pediu exames do coração.
AHAHAHAHAHAHAHAH!
Constatou no ato, que os meus olhos estavam serenavam e o meu peito palpitava de forma muito acelerada.
Coitadinho deles, amor!
Ele, (coração) trabalhava tão rápido, que só quem problemas de arritmia pode passar por isso..
Acho que estava acelerado à ponto de ultrapassar os vinte por dezesseis.
Veloz, não?
Disse a ele, que a gravidade do meu estado de saúde, se devia por você estar ausente a quase vinte quatro horas.
Então; ele me respondeu, que se completasse as vinte e quatro horas sem te ver,
poderia ele confirmar o meu óbito, pois uma paixão de grau altíssimo como a minha,
pode levar qualquer um à morte, ou a loucura de vez.
O delírio provocado pela febre alta, fez com que eu ficasse em observação.
Mas observou também, que por eu só chamar e implorar por você, com certeza,
era porque a paixão já estava recolhida.
E uma paixão recolhida, amor, pode com certeza levar à morte.
MARY PEGO
Hoje amanheci muito triste, amor.
Acordei com o corpo todo latejando por saudades de você.
Eu por inteira, te desejando.
Pode?
Tudo em mim, só quer você.
Mesmo sabendo e sentindo isso, fui ao médico para me certificar da dor.
O médico, logo ao me ver, surpreso diagnosticou ser paixão recolhida.
Será que essa doença mata, amor?
Penso que sim, pois estou morrendo por estar distante de você.
No que o doutor me olhou nos olhos, imediatamente pediu exames do coração.
AHAHAHAHAHAHAHAH!
Constatou no ato, que os meus olhos estavam serenavam e o meu peito palpitava de forma muito acelerada.
Coitadinho deles, amor!
Ele, (coração) trabalhava tão rápido, que só quem problemas de arritmia pode passar por isso..
Acho que estava acelerado à ponto de ultrapassar os vinte por dezesseis.
Veloz, não?
Disse a ele, que a gravidade do meu estado de saúde, se devia por você estar ausente a quase vinte quatro horas.
Então; ele me respondeu, que se completasse as vinte e quatro horas sem te ver,
poderia ele confirmar o meu óbito, pois uma paixão de grau altíssimo como a minha,
pode levar qualquer um à morte, ou a loucura de vez.
O delírio provocado pela febre alta, fez com que eu ficasse em observação.
Mas observou também, que por eu só chamar e implorar por você, com certeza,
era porque a paixão já estava recolhida.
E uma paixão recolhida, amor, pode com certeza levar à morte.
MARY PEGO
quinta-feira, 15 de junho de 2017
VOCÊ COMO UM ESTÚPIDO, VEIO VOANDO.
...MAS LOGO PRA CIMA DE MIM?
Todo engraçadinho, disse-me que sabia voar.
Eu, ingênua não me liguei na sua estúpida intenção, e disse-lhe:
_Voe então que quero ver.
Não posso, respondeu todo assanhadinho.
Só consigo levantar um voo com o seu lindo amor.
Sinto muito, disse-lhe;-mas com o meu amor não vai dar.
Foi quando vi a olhos nus, que sabe de fato voar.
Pois você feito idiota agressor, veio voando por cima de mim.
O meu amor é lindo, livre e descolado, mas amo sem pressão e pela febre de querer amar.
Você pensou que me colocou pra baixo, mas por cima e acima, está o meu amor.
Acreditava eu, que somente a paixão tinha o poder da levitação.
Mas vi que a ignorância e o ódio também sabem voar muito bem
Você veio voando.... Mas logo pra cima de mim? Desse jeito meu bem, juro que não vai dar.
MARY PEGO
Todo engraçadinho, disse-me que sabia voar.
Eu, ingênua não me liguei na sua estúpida intenção, e disse-lhe:
_Voe então que quero ver.
Não posso, respondeu todo assanhadinho.
Só consigo levantar um voo com o seu lindo amor.
Sinto muito, disse-lhe;-mas com o meu amor não vai dar.
Foi quando vi a olhos nus, que sabe de fato voar.
Pois você feito idiota agressor, veio voando por cima de mim.
O meu amor é lindo, livre e descolado, mas amo sem pressão e pela febre de querer amar.
Você pensou que me colocou pra baixo, mas por cima e acima, está o meu amor.
Acreditava eu, que somente a paixão tinha o poder da levitação.
Mas vi que a ignorância e o ódio também sabem voar muito bem
Você veio voando.... Mas logo pra cima de mim? Desse jeito meu bem, juro que não vai dar.
MARY PEGO
quarta-feira, 14 de junho de 2017
O PREÇO DO PECADO. ( 4 E ÚLTIMO! )
QUE FIM LEVOU SUELI?
Seu João, o pai, disse_lhe:
_Olha, filha, eu estou doente e não quero deixá-la ao léu, e casada parece-me que estará mais segura.
_Mas papai, casada ou solteira, o que tiver de passar, passarei. Nada poderá impedir. Mas se o senhor se sente melhor assim, casarei. O senhor acha que nos devemos nos casar quando?
_O mais breve possível.
_Está bem, papai.
A moça estava se mostrando muito feliz com a ideia do pai, e no outro dia, ao comunicar ao noivo seu desejo, foi marcada a data do casamento.
Para as preparações, mais uma vez das boas e a ajuda do noivo foi valiosa. A dedicação fez com que tudo saísse perfeito.
Delfina estava calada, como há muitos meses atrás e a mãe seguidamente perguntava:
_Delfina, você acha que deve se casar com o Zé?
_Claro, mamãe, por que? Você tem alguma coisa pra me dizer?
_Não, mas eu tenho muito medo de acontecer como na outra vez.
_Por quê?
_Você, minha filha, não quis que comprasse um outro vestido e até agora não comentou nada sobre a festa.
_Pra que eu ia querer outro vestido, mamãe? Este é muito lindo e é bordado à mão. Se eu fosse querer outro, ele não chegaria aos pés deste que é maravilhoso. A senhora não acha?
_Acho. Mas na outra vez, você nos chateou muito. É claro que aquilo já passou, mas...
_Que nada! Naquele tempo eu era muito desajuízada, e...
_Não é bem isso, Delfina, você sempre achou lindo brincar com os sentimentos alheios e isso não é bom!
_Olha, mamãe, não se preocupe comigo. Não perca o seu tempo pensando besteiras.
Saindo, foi até o quarto, sentou-se na cama e com uma tesoura cortou o lençol da cama em pedacinhos.
Aquilo que Delfina fazia era uma prova de que um novo vexame aconteceria, e Joaquina muito aflita chamou o seu marido em particular e contou o que viu.
_Por quê? Como é que você descobriu?
_Eu conversei com ela sobre o que aconteceu antes e a reação dela não foi das melhores.
João, mesmo já estando nervoso, tentou se acalmar e foi até ao quarto da filha, como se nada estivesse acontecendo e perguntou:
_Arrumando as suas coisas, filha?
_Ah, papai, é o jeito né?
_Se você quiser falar, ou decidir alguma coisa, faça tudo hoje minha filha, porque amanhã será o dia do seu casamento.
Saindo do quarto, a moça fechou novamente a porta e não mais a abriu. Chamaram para o jantar e ela acusando dores de cabeça, disse que iria dormir. Todos jantaram e os ajudantes ficaram até mais tarde terminando a decoração do bolo. Logo que amanheceu, a mãe da moça ao ir acordá-la, teve uma enorme decepção. A moça não estava e faltava no quarto o lindo vestido, mas por precaução, resolveu esperar um pouco mais. Ao esperar o tempo necessário, desesperou-se e como os convidados já não eram poucos, perguntava para, um por um:
_Delfina sumiu, você não a viu por aí?
_Não.
Delfina não dormiu em casa e mais uma vez aprontou e decepcionou a todos. Outra vez. Tudo de novo.
O pai da moça, logo que soube, subiu num jirau e chamou à atenção dos convidados dizendo que não haveria casamento algum e Joaquina protestando, mesmo sem conseguir acreditar, argumentava:
_Mas, João, talvez a menina esteja por ai...
_A minha filha não se cansa de nos humilhar,mas vocês podem ter certeza de que nunca mais haverá festa de casamento nesta casa, desde que Delfina seja a noiva. _ E já chorando disse mais: _ Chega de passar vergonha. Eu e minha mulher, não merecemos isso. Nunca fizemos nada para merecer o que ela está fazendo pra nós. _ E descendo do jirau, saiu e passou aquele resto do dia fora de casa.
O noivo ficou por muito tempo à espera da irresponsável e depois que os acompanhantes dele se foram, sentou-se na escada da igreja, do lado de fora, chorou e jurou vingança. Pensou em ir direto para a casa dela, mas aconselhado por seus pais, deixou para outro dia.
À tarde, quando Delfina retornou, seu pai ainda não tinha voltado, e a falação da mãe já estava deixando a moça de cabeça quente, achando muita impertinência da mãe. O pai chegou dando de cara com a fujona, passou mão de um chicote que ficava dependurado na parede da sala e deu-lhe uma surra tão grande que Gildo, seu irmão, teve que se intrometer, agredindo o pai e tomando o chicote que estava em seu poder. A mãe, muito magoada com tudo, não mudou de posição. Do jeito que estava sentada, ficou assistindo o castigo da filha. Depois da surra, a moça se recolheu e todos da casa juravam que ao amanhecer o dia, a moça estaria a muitos quilômetros dali, mas se enganaram.
No dia seguinte, a moça toda marcada com listras roxas em diagonais pelo corpo, por ter a pele muito clara, apareceu para arrumar a bagunça que os convidados deixaram. Todos que passavam pelo trajeto que Delfina passou, contaram que pedaços do seu lindo vestido de noiva ficaram espalhados por quilômetros. Mas se Delfina não queria se casar, então por que tudo aquilo? A dúvida começava a remoer a todos.
_Deve de ter algo por trás disso. _pensavam os curiosos.
Delfina deixava transparecer a tristeza depois dos foras que dava nos noivos.
A casa estava calada e triste e só Gildo falava com a irmã.
Após alguns dias de tristeza, seu João resolveu ir até a cidade para iniciar um tratamento, mas mesmo recebendo a notícia de que a doença tinha cura, não gostou do que ouviu. Os médicos queriam segurá-lo. tinha que ficar internado rapidamente. Percebendo que não havia escapatória, disse que ficaria, porém iria para casa avisar à família, pegar as roupas e dizer à amiga Chica que a doença deles tinha cura. A se ver livre dos médicos, foi e não mais voltou. Doente e passando por problemas familiares muito sérios, resolveu que não iria mais se importar com nada que a filha fizesse, e disse:
_Joaquina, tive pensando, e acho que a minha doença se agravou muito e foi por pura preocupação. Tudo que acontecer por aqui, eu não vou enxergar. Vou fingir não ver nada, que se refere a ela.
_Tá certo, meu velho! Não adiantou de nada a nossa preocupação.
Delfina, mal esperou assentar a poeira e começou tudo outra vez, mais de forma mais calma. Saía de manhã e retornava tarde d noite.
Ninguém mais via a moça, ela estrava por uma porta e saía pela outra. E já que ela havia deixado de ser uma preocupação, o casal resolveu sair um pouco. Iriam eles fazer uma viagem bem demorada.
Joa quina, tinha uma irmã que morava em um outro estado e fazia muito tempo que não a via. Bernadina, nem sabia que a mãe Deltrudes já não mais existia, então, era hora de visitara irmã. Avisou aos filhos, deixaram as suas ordens e levaram apenas Gilson, o caçula.
Ao chegar, bateram palmas e apareceu uma senhora.
_Bom dia, é aqui que mora a Bernadina?
_Sim, por quê?
_Eu sou a irmã dela. E você quem é?
_Sou Florísa, filha dela.
_Então a senhora está me dizendo que é a minha tia?
_Sim, estou.
Florísa, muito satisfeita, tomou a benção dos dois e abraçou-os, com muita emoção.
_Poxa, titia, eu pensei que nunca iria conhecê-los. Vocês são muito gratificante conhecê-los. Vocês são muito importante para nós.
Não demorou nada, chegou Bernadina.
_Quem são vocês? Parece-me que estou lhes reconhecendo de algum lugar.
_Joaquina quis se identificar, mas ela barrou-a dizendo:
_Não, não fale ainda. Deixe-me ver se consigo me lembrar.
Bernadina era muito mais velha que joaquina e quando se casou deixou-a com apenas sete anos, e então nunca mais tinha visto a irmã.
E não recordando quem era, Florísa lhe disse:
_É a tia Joaquina, mamãe.
Bernadina não acreditando disse:
_Se é mesmo minha irmã, diga; como é o nome da minha mãe?
_Deltrudes, que já faleceu há um ano e dois meses.
Bernadina, Joaquina e Florísa, desataram a chorar abraçadas e Bernadina em prantos:
_A minha mãezinha que tanto tentei vê-la novamente se foi. Eu não queria que fosse assim, mas o que é que vou fazer? Se pudesse dar a minha vida a ela, faria. _ E dobrando os joelhos lamentou: _Mãe, onde você estiver, não importa onde, te amo e sempre farei o possível pra fazer com que nunca você se decepcione comigo. Tudo o que você passou sem mim, não foi do meu agrado. Chorei por você muitas vezes, perdi o sono por querer a sua felicidade e não consegui concretizar o meu sonho que sempre foi de te defender. Mas jamais me esquecerei de que você foi pra mim a mais pura e linda das mulheres.
Ao ser levantada por Joaquina, que também estava em prantos, tentou esquecer as dores com a presença dos visitantes.
Joaquina ficou quase um mês, na casa da irmã. Falou sobre os filhos e Bernadina lhe perguntou:
_Você já tem netos?
_Não. E nem filhos casados.
_Pois eu tenho.
_Quantos?
_Cinco.
_Cinco netos?
_Sim. Tenho duas filhas casada Mariana tem dois. A Florisbela tem dois e o Francisco tem um. E é muito bom que você esteja aqui com a gente pra festejar o casamento da Florísa.
O dia do casamento de Florísa foi muito alegre e não houve esbanjamento. A moça era muito diferente da prima Delfina. Era comportada, muito reservada. O noivo bastante simpático e extremamente educado.
Na hora da cerimônia, o casal de tios, que tinha consigo o coração machucado por decepções recentes, derramou lágrimas, comovidos pela beleza da realização.Para eles, a coisa mais linda era poder ver a filha vestida de noiva num altar. Então; passaram o tempo todo, durante a cerimonia falando baixinho um ao outro:
_Isso que é filha! Esta merece ser muito feliz na vida. Linda que até se parece com um anjo.
Florísa, não era como Joaquina e João a via. A beleza externa era pouquíssima, mas o interior dela reluzia e fazia dela, uma figura excepcional.
No outro dia bem de manhã, o casal retornou para casa e achou tudo como havia deixado. O serviço da casa e da roça, havia sido muito bem administrado. E sem se alarmar, o casal se perguntava:
_Como é que ela se virou sozinha? Deu conta da casa, da roupa e da comida sem reclamações.
_Como você sabe que não ha reclamações? _ Perguntou João.
_Porque ninguém ainda falou nada. Você acha que os meninos iriam ficar calados, quando perguntei-os, se tudo havia dado certo?
_Tá certo. Na verdade, aparentemente tudo parece estar correndo muito bem. Nada pra se fazer. Mas quando se trata de Delfina, tudo o que é bom dura pouco, então, o negócio é ficar de orelhas em pé.
Não demorou seis meses, a moça veio conversar com a mãe:
_Mamãe, eu quero te falar uma coisa.
_Então me fale, Delfina _ Retrucou a mãe.
_A senhora jura que não conta pro papai?
A mãe pensou um pouco, cruzou os dedos, levantando-se.
_Juro.
_Olha, mamãe, estou grávida. _Choramingou a moça.
_Prossiga. _ Disse a mãe fingindo não se importar.
_Eu não sei quem é o pai do bebê, mas o duro é que estou grávida.
_Mas nem mais ou menos, Delfina?
_Não. Não tenho ideia.
Joaquina, ao terminar a conversa com a filha, entrou em seu quarto, trancou a porta e se desmanchou em choro. depois de ter chorado bastante, disfarçando para não dar na cara,chamou o marido em particular e contou o que estava ocorrendo.
_João, você bem sabe que se eu pudesse, te pouparia de muitas coisas que acontecem por aqui.
_Não esconda nada de mim, Joaquina. _ Pediu João já de olhos arregalados. _ O que é que está acontecendo? É Delfina de novo, não é?
_É, joão. Os problemas novamente
_E o que é dessa vez?
_Delfina está grávida e não sabe quem é o pai.
João, sem responder nada, sentou-se, colocou as duas mãos sobre o rosto e ficou por um bom tempo sem falar. Depois levantou-se e disse:
Fique calma, que eu vou resolver isso daí.
_Diga, João, o que você vai fazer? _ desesperou-se Joaquina, por não saber o que o marido faria.
_Não se preocupe, eu não vou bater nela e nem vou matá-la.
João, foi até a cozinha, comeu um pouco e saiu à procura de Gildo para que o acompanhasse. E quando voltou, trouxe consigo o filho que juntos foram até a cidade. Estavam à procura de Jango.
Jango, era um rapaz muito simples, que morava próximo à cidade. Como se parecia com um bobo, Gildo e o pai acharam que seria perfeito para assumir Delfina e o filho. Jango, como era de seu costume, saiu para tomar uma fresca quando foi barrado pelos dois estúpidos armados. Eles insistiam que ele teria que se casar com Delfina, por ser o pai do filho dela. E mesmo o rapaz explicando que não conhecia a tal, não teve como escapar.. O trambique estava armado. Jurando-o de morte, obrigou-o as juntar as suas roupas, colocou-o à sua frente e o levou até Delfina.
Ao chegar, João deixou Gildo, Josino e Getunilo cuidando para que o rapaz não fugisse, foi até a cozinha e orientou a moça:
_Olha aqui, você me decepcionou muito e eu trouxe um rapaz que vai ser o pai do seu filho. vai lá e faça de conta que o conhece. Jura que é ele o pai dessa criança, porque já me cansei de passar vergonha com você. O nome dele é Jango. Finja que o conhece há muito tempo.
Na sala, desinibida como sempre, a moça despejou um monte de elogios ao rapaz.:
_Oi amor, quanta saudades! Uma hora é muito tempo sem você. Eu sabia que você não iria me deixar nesse estado.
_Estado de quê, rameira? Quem é você? _Assustado.
_Ah, não vai me dizer que já me esqueceu? Eu mal posso acreditar que você está aqui. _ E ajoelhando aos seus pés. _ Amor, vamos ter um filho.
Jango muito pressionado, resolveu ficar para garantir a sua vida um pouco mais. Enquanto Delfina falava as bobagens dela, o rapaz desesperado pensava:
_Eu sei sei que não sou o pai dessa criança e ela também sabe. Tenho certeza que não é possível um homem engravidar uma mulher a essa distancia. Nunca vim até aqui e ela nunca passou por lá. Sou um macho e tanto, mas não tão bom assim. Ela pode ser muito esperta, mas não mais inteligente que eu. Pode apostar, quem joga comigo só tem a perder.
Jango sabia que a moça estava mentindo e tinha certeza de que ela mentira para a sua família também. Pensava ele, que o velho João teria sido pela filha, e falava sozinho:
Velho besta. Pobre ignorante. Está ai feito tolo, defendendo a filha com unhas e dentes. E se eu vacilo nas mãos desses otários, eles me tiram a vida por irresponsabilidades dessa safada.
O casamento foi consumado em quinze dias. Os únicos presentes à cerimônia, foram da família da moça.
O pai de Delfina, arranjou uma casinha muito singela, lá no cantinho do sítio e providenciou uma tralha para o uso do casal. Todos os dias bem à tardinha a moça ia à casa dos pais com Jango, e procurava sempre mostrar que estava se sentindo muito bem e feliz. O sogro, quando o casal chegava, ia logo perguntando:
_Como estão vivendo?
E Delfina, para a alegria de todos, respondia antes que Jango falasse:
_Melhor não precisa.
Mas como o preço do pecado ali, ia custar muito caro.
Num dia de sol, seu João estava sentado muito à vontade. Fumando e contando os seus casos, quando foi surpreendido por dois homens que o procuravam para levá-lo de volta ao hospital de onde havia fugido há muitos meses atrás. Não querendo ir, saiu correndo desesperadamente na esperança de se livrar, mas não correu por muito tempo e logo foi pego e colocado em poder dos outros que o esperavam. No bando que foi, estava Chica, sua amiga que se mostrava triste, mas não derrotada como ele. Na viagem que fariam, ninguém poderia livrar-se dos guardas que os acompanhavam. João sabia que iriam passar por um rio que cortava a cidade, e quando faltava pouco para chegar nesse rio, ele insistiu que parassem, pois não estava se sentido bem. E ao descer, saiu correndo e pinchou-se nas águas turbulentas que o levaram como uma folha seca.
Joaquina, chorou muito a morte do marido e lamentou por não terem encontrado o corpo.
Quando Delfina estava no oitavo mês de gestação, Jango comunicou-lhe que se mudariam dali.
_Como mudar? Você não me disse nada que iria arrumar um outro lugar.
_Vamos morar na cidade.
_Aqui na cidade?
_Não nesta. Numa outra muito mais longe, grande e bonita.
_Mas, Jango, nós não sabemos morar na cidade.
_Aprende, Delfina. Todos nós temos que aprender alguma coisa na vida. Eu não aprendi a gostar de você?
Delfina no fundo estava gostando. Achava que morar na cidade seria uma nova aventura e adorou a novidade. Juntando tudo o que podiam levar, e vendendo o restante, se despediram dos familiares e foram.
A moça se deu muito bem na cidade. Começou a trabalhar fazendo limpeza em casa de família para ajudar no sustento da casa. E fez tudo o que pode, com a intenção de mostrar ao marido o seu lado bom. Entrou numa escola para aprender a costurar e iniciou um curso de culinária. Mas tudo em vão. Não mais que entrar e sair. Jango não deu chance pra que a moça aprendesse nada. Não queria que a evoluísse, somente queria queque prestasse o serviço e ganhasse alguns a mais. E ela aceitou tudo muito satisfeita. Eufórica dizia:
_Você já pensou? Se nós estivéssemos no mesmo lugar onde morávamos, meu bebê não ia ter o enxoval que tem. Lá, eu não ia poder trabalhar, e sem trabalho ninguém que fosse rico, iria me conhecer e me dar tanta roupa.
_É mesmo! _ respondia Jango muito friamente.
E Delfina, com a alegria de sobra, pegava-o pelas mãos e saía arrastando-o, até o quarto e desdobravam as roupinhas
balançando-as, fazia como que estivesse dançando e falava-o:
_Olha que lindo! Quem você acha que vai usar? Menino, ou menina, heim?
_Ah, Delfina, quando nascer a gente vê isso. _Respondia impaciente. _Vai, guarda isso aí, quando chegar a hora, você vai ver quem vai usar.
Ela, muito desajeitada, dobrava tudo e guardava-as, numa caixa de papelão.
Jango mostrava-se muito insatisfeito com tudo em casa. No trabalho, tudo estava bem. Ganhava pouco e o trabalho era tão carrasco que deixava-lhe marcas pelo corpo. Era tratado como um verdadeiro escravo por ser muito humilde e com cara de abobalhado. Os companheiros de serviço, faziam gracinhas e piadas com a sua cara, como comer a comida dele e colocar pedras dentro da marmita, esconder, ou roubar suas roupas limpas, encher demais o carrinho de concreto, e assim por diante. Mas Jango não levava em conta o que faziam. Entrava na brincadeira com normalidade. Chegava em casa, calava-se e ficava no seu canto. A mulher, temendo ser rejeitada, de vez em quando perguntava-o:
_Você está doente?
_Não, por quê?
_Anda tão queto e não sorri por nada.
_Qual o motivo que tenho pra sorrir?
_Tudo. Tudo está indo tão bem, não acha?
_É mesmo! _respondia encolhendo os ombros e franzindo a boca.
Quando Delfina começou a sentir as dores do parto, Jango cuidou de tudo. Buscou a parteira e o parto correu muito bem
_Delfina deu à luz a uma menina. _ avisou a parteira abrindo a porta do quarto.
E para não deixar o ambiente sem brilho, Jango levantou-se da cadeira e respondeu:
_Nossa senhora, que bom! É ,mocinha?
_Sim, senhor. Respondeu a parteira. E como vai ser o nome da criança, senhor?
Ah, a mulher é quem sabe. A verdade é, que ainda não pensei nisso.
Delfina lá do quarto gritou:
_Eu pensei em pôr o nome dela de Sueli.
_Bonito nome. Muito lindo. Afirmou.
Para Delfina, o nome Sueli foi aprovado por Jango, mas na verdade ele não estava se importando com nada.
Sueli era um bebê lindo e saudável. Estava pedindo muito amor e carinho, mas Delfina, após o nascimento da criança, adquiriu problemas de saúde. Todos os meses, na época de menstruar, ficava louca e não mantinha a higiene do seu corpo e não cuidava de Sueli. Tudo o que Jango queria era não estar por perto de tudo aquilo, mas fazia de tudo para que ela cresse que tinha esquecido o passado.
Um dia Jango chegou do trabalho e falou:
_Delfina, me dispensaram do serviço e eu acho que seria muito bom a gente dar um passeio.
_Mas Jango, passear onde? Não conhecemos ninguém por aqui.
A sua mãe não conhece a neta ainda e Sueli já está com cinco meses. Que tal se fizéssemos uma surpresa a ela?
_Muito obrigada! Que legal, Jango. Pensei que nunca mais veria mamãe.
_Mais vai ver muitas outras vezes. respondeu o traiçoeiro.
Arrumaram as coisas e no outro dia de manhã saíram. Delfina estava que não se aguentava de felicidade. Entraram no trem e foram conversando normalmente, dividindo o lanche e tudo mais. Numa cidade próxima à da mãe de Delfina, o trem fez uma parada. Jango desceu para comprar lanche, água e uma chupeta. Comprou, voltou, sentou-se, e quando o trem já estava partindo, já mal intencionado falou com ares de pressa:
_Fique aqui que eu vou correndinho comprar um cigarro.
_...Mas não vai dar mais tempo.
Eu vou rapidinho, Delfina.
O trem partiu levando Delfina e Sueli. Como o rapaz conhecia tudo por ali, a moça ficou preocupada, mas não muito. Pensou:
_Com o dinheiro no bolso, ele pega o próximo trem e prossegue a viagem. Eu só não fiquei contente, porque seria legal a gente chegar juntos na casa da mamãe.
Chegou na da mãe e a primeira pergunta foi:
_Cadê o Jango?
Depois de contar o fato, todos se acalmaram.
Jango voltou pra casa, vendeu tudo e desapareceu. Delfina, esperou dois, três dias, um mês, até desanimar. Joaquina estava novamente com a cruz para carregar.
Sueli não foi bem recebida pela avó, mas Gildo achou a menina uma graça. Andava pra lá e pra cá exibindo a sobrinha como podia.
Depois de tanto esperar, Delfina achou por bem sair um pouco. Ir à bailes, festas e encontros. E como era uma mulher nova e bonita, não ficou mais que um ano sozinha.
Logo que Vivaldo a viu, sentiu que a vida iniciara novamente pra ele. Suspirando profundamente só falava na moça. Passaram a se encontrar mais vezes, e quando o romance deles estava pra pegar fogo e não tendo tempo disponível, resolveu, que se amoça quisesse, iriam morar juntos.
Vivaldo era viúvo que queimava latas, cozinhava, lavava e trabalhava na roça. Os filhos eram todos casados e a sua casa era bastante distante de vizinhos..Ele era totalmente desconhecido na redondeza.
_Você me conhece? Perguntou Delfina.
_Não.
_Como não?
_Por que devo conhecer você? Desconfiou.
_Porque o meu pai era curandeiro aqui.
_Só por isso?
_É. É só por isso.
O novo homem da vida de Delfina não sabia das crises que ela tinha, mas sabia da existência de existência de Sueli, e aceitou-a. A união durou quase cinco anos, mas depois de um ano de convivência, ele passou a agredi-la e não se importar com ela, como no começo.
Saía para o trabalho de manhã levando consigo a alimentação para o dia e deixava as duas presas. Se soubesse que a moça havia falado com alguém enquanto estivesse fora, dava-lhe uma surra. Chegava do serviço examinando tudo. Se havia rastros pelo terreiro, tocos de cigarro, ou se Delfina não estava com outro cheiro. Interrogava Sueli para descobrir alguma coisa que temesse estar escondido. Se chegasse alguém, ou simplesmente batessem palmas quando ele não estava, Delfina respondia lá do fundo:
Vivaldo não está, Volte outra hora.
Ou se Gildo fosse visitá-la, ela pedia para que Sueli não contasse ao padrasto que tinha recebido visitas. Mas de vez em quando a menina deixava escapar e a casa virava num inferno. Mas por nada Delfina brigava com a filha, por ela ter feito algo desagradável. Apenas aconselhava a se calar.
Delfina, certa vez manifestou a vontade de batizar Sueli e Vivaldo muito surpreso riu:
_Não me diga que essa criaturinha , ainda é pagã? Se soubesse disso, não me arriscaria a dormir uma só noite sobre o mesmo telhado que ela.
_Mas por que Vivaldo?
Estou brincando, Delfina. Falou sorrindo. _Vamos batizar a menina.
Delfina chamou Gildo para ser o padrinho da filha, e ele aceitou o convite com muito prazer.
No dia do batizado, só Gildo compareceu. A maior parte dos assados sobraram porque ninguém acreditava que realmente haveria festa de batizado na casa de Delfina.
_Não vai haver batizado nenhum, e se houver achamos que há boas chances da criança fugir da igreja. Ou da festa.
Ou:
Quantas vezes já tentaram batizá-la? Porque pela idade de Sueli, as tentativas não foram poucas.
Nada que Delfina falasse, era levado a sério pelo povo.
A moça passou por momentos cruéis. Constantemente engravidava e perdia o feto. Mesmo que quisesse ter mais um filho, estava sendo impossível, porque de três em três meses, passava por trabalho de parto.
A fraqueza tomou conta do seu corpo que definhou-se a tal ponto que ficou corcunda como uma idosa. As roupas que antes ficavam ajustadas a seu corpo, já ficavam feito camisola. Raramente o marido a convidava para ir a festas, ou bailes, mas quando isso acontecia, ele saía na frente e ela atrás.Mal vestida e com os seus chinelos de dedos emendados. A pobre moça, não fazia mais do que consertar velharias estragadas.
Nos bailes, ela chegava procurando um lugar para se sentar, e o seu marido saía à procura de damas que dançava a noite inteira. Se ele namorava, ou traía a esposa, ela não sabia, pois era traída pelo sono e dormia sentada até o amanhecer. Quando o sanfoneiro começava a tocar a última música, Vivaldo ia até ao canto onde ela estava dormindo, e ao acordá-la, balançando seu corpo frágil, ou dando tapinhas leves em seu rosto, ela despertava do sono atordoada, meio sem saber o que realmente estava acontecendo, agarrava-o pela sua cintura e saía dançando lentamente com a música agitada. Ele, ao se cansar na insistência da alerta, dava-lhe um empurrão, e com a sua profunda fraqueza, levantava-se e saía devagarinho e aos prantos.
Chegava em casa e encontrava Sueli dormindo feito anjo. Com a pressão da bebida e a decepção de ver tudo como estava, ele resolvia pôr tudo abaixo. Xingando, desaforando e relembrando o passado da moça, acabava acordando a criança que não tinha nada a ver com o que estava acontecendo, que em gritos desesperados se refugiava nos braços da mãe.
Um dia, com aquelas desconfianças bobas que tinha, ao chegar do serviço, jurou que alguém se aproximou de sua casa. Ele insistia que sim, e Delfina negando. E ele resolver ir mais fundo na história e na agressão.
Delfina estava com uma panela enorme de água em ponto de ebulição,e quando percebeu que quando o marido falava, mais se aproximava da panela, jogou Sueli pra baixo da cama e só viu a água indo em direção da criança. Sueli não teve queimaduras graves, porque a água fora obrigada a filtrar no colchão, antes de atingi-la. Parecia que Vivaldo queria atingir somente a inocente.
A menina, com a pouca idade que tinha, já tentava agradar o padrasto, apresentando parte do serviço pronto. Lavava as roupas mais leves, como louça e os que não pesavam muito.
O rio onde as roupas eram lavadas, era muito perigoso para que uma menina da idade dela, viesse a enfrentar como um adulto.
Um dia Vivaldo resolveu fazer um passeio à casa de uma filha que morava numa outra região distante dali. Foi deixando as duas, dizendo que ficaria uma semana fora pois faziam anos que não a via. Desejava conhecer os netos que nasceram enquanto ficou distante.
Delfina, como todos os problemas, fora obrigada a ficar sozinha, sem ninguém. Sua mãe e irmãos, com exceção do mais velho, que ia visitá-la uma vez por mês, não iam vê-la por nada. E ao ficar só, parece que o castigo quis lhe fazer uma visita com mais força.
Tarde da noite, ela começou a passar mal, com tremores de frio e o sangue veio à tona. Mas desta vez explodiu para todos os lados. e como Sueli não era acostumada a sair, Delfina acabou morrendo sozinha.
Como faltava muito tempo para que o irmão mais velho fosse visitá-la novamente, ficou o corpo estendido sobre o colchão de palha, coberto com um cobertor puído, à espera dos urubus.
Depois de dois dias, Sueli continuava trancada dentro de casa, com um calor insuportável, e o mau cheiro começou a exalar do corpo da mãe. No quinto dia de manhã, Vivaldo, como era muito ciumento e desconfiado da mulher, chegou quietinho e nas pontas dos pés, abriu a porta e começou a gritar:
_Delfina, que mau cheiro é este? Delfina! Delfina! Delfina...! Mas as chamadas foram em vão. Sueli, de tanto que chorou, dormiu e com aquele barulho, sequer acordou.
Vivaldo, depois de verificar tudo, pegou Sueli, fechou a porta novamente e foi até a casa da mãe de Delfina, para contar-lhes o ocorrido. Ouviram o que ele tinha a dizer, e umas míseras lágrimas rolaram dos olhos de alguns. Só Gildo demonstrou que tinha perdido uma grande pessoa. Vivaldo procurou as autoridades e o caso de Delfina, devia de ter se acabado ali.
Mas com a morte de Delfina, outro problema se iniciava.
Sueli foi deixada com a avó Joaquina e os tios. A avó, por ter sofrido muito com a filha, renegava a neta de todas as formas, e replicava:
_Eu, ficar com esta menina, nem pensar? Deus é que me perdoe, mas prefiro morrer do que ter que carregar essa cruz de novo. Eu pago o preço que Deus me cobrar, mas esse pra mim será muito caro. Eu não vou aguentar se tiver que assumir uma nova Delfina.
Joaquina achava por bem dar a neta para adoção, e insistia tanto na ideia que acabou criando um grande conflito dentro de casa. Gildo não aceitava a ideia de tirar Sueli do seio da família, e falava:
_Como é que a senhora tem essa coragem? Será, mamãe, que a senhora não tem pena de uma criança que conviveu até agora com problemas sérios? A senhora não acha que Sueli já pagou demais pelos nossos erros?
_Nossos, não senhor. _ Levantou-se irada. _Se houver erro, este não foi meu, mas sim, da irresponsável da mãe dela. E eu sofri muito com aquela maldita. Você parou pra pensar, Gildo, que a cura de Delfina estava nos sete palmos? Ela foi aconselhada muitas e muitas vezes, e eu não consegui fazer com que ela me ouvisse. Imagine se Sueli me apronta o mesmo. _ E, saindo, foi cuidar dos seus afazeres.
Sueli estava sendo rejeitada e Gildo entrou em desespero, pois sabia que a sua culpa era máxima diante de uma grande tragédia tão horrorosa..
Sueli já no que chegou em prantos, abraçou a um gato e não largou mais. Sempre olhando à distancia a soluçar. Gildo, se pudesse mudar tudo aquilo, certamente mudaria, então resolveu ao menos tentar, desatando tudo que estava amarrado. Afinal, pensava ele; Delfina está morta e enterrada. Sendo assim,, não tinha mais nada para se guardar.
Gildo foi dormir, mas antes cuidou do repouso da criança. No canto, embolada em seus braços, a inocente dormia em soluços com o gato sobre o peito. O trauma, a perca da mãe, feriu o coraçãozinho da menina. Em meio a tanto sofrimento, não somente Sueli chorava, mas Gildo também. sua consciência, não mais o deixava de boca calada.
Levantou-se da cama no meio da noite, e foi até o quarto da mãe e começou a discutir a permanência da criança em sua casa. E vendo que a dificuldade de convencer sua mãe estava indo de mau, para pior, sentiu-se obrigado a soltar os podres. Foi até o quarto de seus irmãos e acordou-os, um por um. Passou pelo seu, pegou Sueli em seus braços, e disse:
_A minha mãe, acha que filho só tem mãe? Além de filho ter pai, o pai também tem que brigar pelo filho, sabia? Se o pai de Sueli viesse a brigar por ela, o que a senhora diria?
_Se esta menina tivesse um pai de verdade, e se ele aparecesse, mesmo depois de tudo o que aconteceu, eu ainda ficaria muito satisfeita.
Olha, mamãe, eu estou brigando com a senhora, porque esta menina é minha filha.. Eu e Delfina tivemos Sueli juntos. Eu não sou o tio, nem o padrinho dela. Sou o pai.
Então, você é culpado de tudo, Gildo? _ Gritou a mãe com furor. _ Então foi você e Delfina que acabaram com a nossa família? Delfina até depois de morta, é perigosa. Vocês dois, são dois sem-vergonhas. E o preço do pecado Gildo, é a morte. Você acha que eu aceitaria Sueli, com mais este problema, Gildo? Agora é que eu quero mais pressa de ficarmos livres dela. E você também procure o seu rumo..
Gildo saiu cabisbaixo, sem falar mais nada, colocou a filha de volta na cama, pegou a arma que ficava debaixo do travesseiro, saiu pra fora e disparou um tiro no ouvido. Correram todos para ver, e ele estava acabando de morrer. Todos estavam desesperados e assustados com o que viram. E Joaquina já sem fôlego, perguntou debruçada sobre o seu corpo:
_Por que fez isso, meu filho?
E Gildo, só falava isto:
_Cuida da minha filha por mim. A minha filha, não merece sofrer, e...
Vendo o filho morrer, Joaquina deu um grito desesperado e acabou infartando. Num espaço de quinze dias, veio a falecer.
Quase tudo o que tinham, já estava perdido com contas que não tinham sido pagas. E os três tios, não se importando com a criança, ergueram as malas e se foram.
_Sueli ficou chorando largamente abraçada ao seu gato, jogada em qualquer canto, dormindo em qualquer lugar. Quando a fome apertava comia o que encontrava. Por vezes chegou chorando, toda suja e com a roupa rasgada em lugares, na esperança de que alguém a defendesse. Sueli só ia e não voltava. quando avistava uma mulher com os traços de sua mãe, saía correndo e gritando:
Mamãe, mamãeeeeeeee.
E ao se deparar com uma estranha, caía sentada onde estava e entrava em desespero. Sem apoio, sem calor familiar a menina estava numa viagem sem volta. As pessoas que conheceram Delfina e a família dela, sempre se perguntavam:
_Que fim levou Sueli?
Espero que a história em si, sirva de incentivo na questão que venha melhorar na educação, cuidados e amor, quando se trata na convivência familiar e social de um ser humano.
Olhe e eduque hoje, pra não perder ou se decepcionar amanhã.
MARY PEGO
Seu João, o pai, disse_lhe:
_Olha, filha, eu estou doente e não quero deixá-la ao léu, e casada parece-me que estará mais segura.
_Mas papai, casada ou solteira, o que tiver de passar, passarei. Nada poderá impedir. Mas se o senhor se sente melhor assim, casarei. O senhor acha que nos devemos nos casar quando?
_O mais breve possível.
_Está bem, papai.
A moça estava se mostrando muito feliz com a ideia do pai, e no outro dia, ao comunicar ao noivo seu desejo, foi marcada a data do casamento.
Para as preparações, mais uma vez das boas e a ajuda do noivo foi valiosa. A dedicação fez com que tudo saísse perfeito.
Delfina estava calada, como há muitos meses atrás e a mãe seguidamente perguntava:
_Delfina, você acha que deve se casar com o Zé?
_Claro, mamãe, por que? Você tem alguma coisa pra me dizer?
_Não, mas eu tenho muito medo de acontecer como na outra vez.
_Por quê?
_Você, minha filha, não quis que comprasse um outro vestido e até agora não comentou nada sobre a festa.
_Pra que eu ia querer outro vestido, mamãe? Este é muito lindo e é bordado à mão. Se eu fosse querer outro, ele não chegaria aos pés deste que é maravilhoso. A senhora não acha?
_Acho. Mas na outra vez, você nos chateou muito. É claro que aquilo já passou, mas...
_Que nada! Naquele tempo eu era muito desajuízada, e...
_Não é bem isso, Delfina, você sempre achou lindo brincar com os sentimentos alheios e isso não é bom!
_Olha, mamãe, não se preocupe comigo. Não perca o seu tempo pensando besteiras.
Saindo, foi até o quarto, sentou-se na cama e com uma tesoura cortou o lençol da cama em pedacinhos.
Aquilo que Delfina fazia era uma prova de que um novo vexame aconteceria, e Joaquina muito aflita chamou o seu marido em particular e contou o que viu.
_Por quê? Como é que você descobriu?
_Eu conversei com ela sobre o que aconteceu antes e a reação dela não foi das melhores.
João, mesmo já estando nervoso, tentou se acalmar e foi até ao quarto da filha, como se nada estivesse acontecendo e perguntou:
_Arrumando as suas coisas, filha?
_Ah, papai, é o jeito né?
_Se você quiser falar, ou decidir alguma coisa, faça tudo hoje minha filha, porque amanhã será o dia do seu casamento.
Saindo do quarto, a moça fechou novamente a porta e não mais a abriu. Chamaram para o jantar e ela acusando dores de cabeça, disse que iria dormir. Todos jantaram e os ajudantes ficaram até mais tarde terminando a decoração do bolo. Logo que amanheceu, a mãe da moça ao ir acordá-la, teve uma enorme decepção. A moça não estava e faltava no quarto o lindo vestido, mas por precaução, resolveu esperar um pouco mais. Ao esperar o tempo necessário, desesperou-se e como os convidados já não eram poucos, perguntava para, um por um:
_Delfina sumiu, você não a viu por aí?
_Não.
Delfina não dormiu em casa e mais uma vez aprontou e decepcionou a todos. Outra vez. Tudo de novo.
O pai da moça, logo que soube, subiu num jirau e chamou à atenção dos convidados dizendo que não haveria casamento algum e Joaquina protestando, mesmo sem conseguir acreditar, argumentava:
_Mas, João, talvez a menina esteja por ai...
_A minha filha não se cansa de nos humilhar,mas vocês podem ter certeza de que nunca mais haverá festa de casamento nesta casa, desde que Delfina seja a noiva. _ E já chorando disse mais: _ Chega de passar vergonha. Eu e minha mulher, não merecemos isso. Nunca fizemos nada para merecer o que ela está fazendo pra nós. _ E descendo do jirau, saiu e passou aquele resto do dia fora de casa.
O noivo ficou por muito tempo à espera da irresponsável e depois que os acompanhantes dele se foram, sentou-se na escada da igreja, do lado de fora, chorou e jurou vingança. Pensou em ir direto para a casa dela, mas aconselhado por seus pais, deixou para outro dia.
À tarde, quando Delfina retornou, seu pai ainda não tinha voltado, e a falação da mãe já estava deixando a moça de cabeça quente, achando muita impertinência da mãe. O pai chegou dando de cara com a fujona, passou mão de um chicote que ficava dependurado na parede da sala e deu-lhe uma surra tão grande que Gildo, seu irmão, teve que se intrometer, agredindo o pai e tomando o chicote que estava em seu poder. A mãe, muito magoada com tudo, não mudou de posição. Do jeito que estava sentada, ficou assistindo o castigo da filha. Depois da surra, a moça se recolheu e todos da casa juravam que ao amanhecer o dia, a moça estaria a muitos quilômetros dali, mas se enganaram.
No dia seguinte, a moça toda marcada com listras roxas em diagonais pelo corpo, por ter a pele muito clara, apareceu para arrumar a bagunça que os convidados deixaram. Todos que passavam pelo trajeto que Delfina passou, contaram que pedaços do seu lindo vestido de noiva ficaram espalhados por quilômetros. Mas se Delfina não queria se casar, então por que tudo aquilo? A dúvida começava a remoer a todos.
_Deve de ter algo por trás disso. _pensavam os curiosos.
Delfina deixava transparecer a tristeza depois dos foras que dava nos noivos.
A casa estava calada e triste e só Gildo falava com a irmã.
Após alguns dias de tristeza, seu João resolveu ir até a cidade para iniciar um tratamento, mas mesmo recebendo a notícia de que a doença tinha cura, não gostou do que ouviu. Os médicos queriam segurá-lo. tinha que ficar internado rapidamente. Percebendo que não havia escapatória, disse que ficaria, porém iria para casa avisar à família, pegar as roupas e dizer à amiga Chica que a doença deles tinha cura. A se ver livre dos médicos, foi e não mais voltou. Doente e passando por problemas familiares muito sérios, resolveu que não iria mais se importar com nada que a filha fizesse, e disse:
_Joaquina, tive pensando, e acho que a minha doença se agravou muito e foi por pura preocupação. Tudo que acontecer por aqui, eu não vou enxergar. Vou fingir não ver nada, que se refere a ela.
_Tá certo, meu velho! Não adiantou de nada a nossa preocupação.
Delfina, mal esperou assentar a poeira e começou tudo outra vez, mais de forma mais calma. Saía de manhã e retornava tarde d noite.
Ninguém mais via a moça, ela estrava por uma porta e saía pela outra. E já que ela havia deixado de ser uma preocupação, o casal resolveu sair um pouco. Iriam eles fazer uma viagem bem demorada.
Joa quina, tinha uma irmã que morava em um outro estado e fazia muito tempo que não a via. Bernadina, nem sabia que a mãe Deltrudes já não mais existia, então, era hora de visitara irmã. Avisou aos filhos, deixaram as suas ordens e levaram apenas Gilson, o caçula.
Ao chegar, bateram palmas e apareceu uma senhora.
_Bom dia, é aqui que mora a Bernadina?
_Sim, por quê?
_Eu sou a irmã dela. E você quem é?
_Sou Florísa, filha dela.
_Então a senhora está me dizendo que é a minha tia?
_Sim, estou.
Florísa, muito satisfeita, tomou a benção dos dois e abraçou-os, com muita emoção.
_Poxa, titia, eu pensei que nunca iria conhecê-los. Vocês são muito gratificante conhecê-los. Vocês são muito importante para nós.
Não demorou nada, chegou Bernadina.
_Quem são vocês? Parece-me que estou lhes reconhecendo de algum lugar.
_Joaquina quis se identificar, mas ela barrou-a dizendo:
_Não, não fale ainda. Deixe-me ver se consigo me lembrar.
Bernadina era muito mais velha que joaquina e quando se casou deixou-a com apenas sete anos, e então nunca mais tinha visto a irmã.
E não recordando quem era, Florísa lhe disse:
_É a tia Joaquina, mamãe.
Bernadina não acreditando disse:
_Se é mesmo minha irmã, diga; como é o nome da minha mãe?
_Deltrudes, que já faleceu há um ano e dois meses.
Bernadina, Joaquina e Florísa, desataram a chorar abraçadas e Bernadina em prantos:
_A minha mãezinha que tanto tentei vê-la novamente se foi. Eu não queria que fosse assim, mas o que é que vou fazer? Se pudesse dar a minha vida a ela, faria. _ E dobrando os joelhos lamentou: _Mãe, onde você estiver, não importa onde, te amo e sempre farei o possível pra fazer com que nunca você se decepcione comigo. Tudo o que você passou sem mim, não foi do meu agrado. Chorei por você muitas vezes, perdi o sono por querer a sua felicidade e não consegui concretizar o meu sonho que sempre foi de te defender. Mas jamais me esquecerei de que você foi pra mim a mais pura e linda das mulheres.
Ao ser levantada por Joaquina, que também estava em prantos, tentou esquecer as dores com a presença dos visitantes.
Joaquina ficou quase um mês, na casa da irmã. Falou sobre os filhos e Bernadina lhe perguntou:
_Você já tem netos?
_Não. E nem filhos casados.
_Pois eu tenho.
_Quantos?
_Cinco.
_Cinco netos?
_Sim. Tenho duas filhas casada Mariana tem dois. A Florisbela tem dois e o Francisco tem um. E é muito bom que você esteja aqui com a gente pra festejar o casamento da Florísa.
O dia do casamento de Florísa foi muito alegre e não houve esbanjamento. A moça era muito diferente da prima Delfina. Era comportada, muito reservada. O noivo bastante simpático e extremamente educado.
Na hora da cerimônia, o casal de tios, que tinha consigo o coração machucado por decepções recentes, derramou lágrimas, comovidos pela beleza da realização.Para eles, a coisa mais linda era poder ver a filha vestida de noiva num altar. Então; passaram o tempo todo, durante a cerimonia falando baixinho um ao outro:
_Isso que é filha! Esta merece ser muito feliz na vida. Linda que até se parece com um anjo.
Florísa, não era como Joaquina e João a via. A beleza externa era pouquíssima, mas o interior dela reluzia e fazia dela, uma figura excepcional.
No outro dia bem de manhã, o casal retornou para casa e achou tudo como havia deixado. O serviço da casa e da roça, havia sido muito bem administrado. E sem se alarmar, o casal se perguntava:
_Como é que ela se virou sozinha? Deu conta da casa, da roupa e da comida sem reclamações.
_Como você sabe que não ha reclamações? _ Perguntou João.
_Porque ninguém ainda falou nada. Você acha que os meninos iriam ficar calados, quando perguntei-os, se tudo havia dado certo?
_Tá certo. Na verdade, aparentemente tudo parece estar correndo muito bem. Nada pra se fazer. Mas quando se trata de Delfina, tudo o que é bom dura pouco, então, o negócio é ficar de orelhas em pé.
Não demorou seis meses, a moça veio conversar com a mãe:
_Mamãe, eu quero te falar uma coisa.
_Então me fale, Delfina _ Retrucou a mãe.
_A senhora jura que não conta pro papai?
A mãe pensou um pouco, cruzou os dedos, levantando-se.
_Juro.
_Olha, mamãe, estou grávida. _Choramingou a moça.
_Prossiga. _ Disse a mãe fingindo não se importar.
_Eu não sei quem é o pai do bebê, mas o duro é que estou grávida.
_Mas nem mais ou menos, Delfina?
_Não. Não tenho ideia.
Joaquina, ao terminar a conversa com a filha, entrou em seu quarto, trancou a porta e se desmanchou em choro. depois de ter chorado bastante, disfarçando para não dar na cara,chamou o marido em particular e contou o que estava ocorrendo.
_João, você bem sabe que se eu pudesse, te pouparia de muitas coisas que acontecem por aqui.
_Não esconda nada de mim, Joaquina. _ Pediu João já de olhos arregalados. _ O que é que está acontecendo? É Delfina de novo, não é?
_É, joão. Os problemas novamente
_E o que é dessa vez?
_Delfina está grávida e não sabe quem é o pai.
João, sem responder nada, sentou-se, colocou as duas mãos sobre o rosto e ficou por um bom tempo sem falar. Depois levantou-se e disse:
Fique calma, que eu vou resolver isso daí.
_Diga, João, o que você vai fazer? _ desesperou-se Joaquina, por não saber o que o marido faria.
_Não se preocupe, eu não vou bater nela e nem vou matá-la.
João, foi até a cozinha, comeu um pouco e saiu à procura de Gildo para que o acompanhasse. E quando voltou, trouxe consigo o filho que juntos foram até a cidade. Estavam à procura de Jango.
Jango, era um rapaz muito simples, que morava próximo à cidade. Como se parecia com um bobo, Gildo e o pai acharam que seria perfeito para assumir Delfina e o filho. Jango, como era de seu costume, saiu para tomar uma fresca quando foi barrado pelos dois estúpidos armados. Eles insistiam que ele teria que se casar com Delfina, por ser o pai do filho dela. E mesmo o rapaz explicando que não conhecia a tal, não teve como escapar.. O trambique estava armado. Jurando-o de morte, obrigou-o as juntar as suas roupas, colocou-o à sua frente e o levou até Delfina.
Ao chegar, João deixou Gildo, Josino e Getunilo cuidando para que o rapaz não fugisse, foi até a cozinha e orientou a moça:
_Olha aqui, você me decepcionou muito e eu trouxe um rapaz que vai ser o pai do seu filho. vai lá e faça de conta que o conhece. Jura que é ele o pai dessa criança, porque já me cansei de passar vergonha com você. O nome dele é Jango. Finja que o conhece há muito tempo.
Na sala, desinibida como sempre, a moça despejou um monte de elogios ao rapaz.:
_Oi amor, quanta saudades! Uma hora é muito tempo sem você. Eu sabia que você não iria me deixar nesse estado.
_Estado de quê, rameira? Quem é você? _Assustado.
_Ah, não vai me dizer que já me esqueceu? Eu mal posso acreditar que você está aqui. _ E ajoelhando aos seus pés. _ Amor, vamos ter um filho.
Jango muito pressionado, resolveu ficar para garantir a sua vida um pouco mais. Enquanto Delfina falava as bobagens dela, o rapaz desesperado pensava:
_Eu sei sei que não sou o pai dessa criança e ela também sabe. Tenho certeza que não é possível um homem engravidar uma mulher a essa distancia. Nunca vim até aqui e ela nunca passou por lá. Sou um macho e tanto, mas não tão bom assim. Ela pode ser muito esperta, mas não mais inteligente que eu. Pode apostar, quem joga comigo só tem a perder.
Jango sabia que a moça estava mentindo e tinha certeza de que ela mentira para a sua família também. Pensava ele, que o velho João teria sido pela filha, e falava sozinho:
Velho besta. Pobre ignorante. Está ai feito tolo, defendendo a filha com unhas e dentes. E se eu vacilo nas mãos desses otários, eles me tiram a vida por irresponsabilidades dessa safada.
O casamento foi consumado em quinze dias. Os únicos presentes à cerimônia, foram da família da moça.
O pai de Delfina, arranjou uma casinha muito singela, lá no cantinho do sítio e providenciou uma tralha para o uso do casal. Todos os dias bem à tardinha a moça ia à casa dos pais com Jango, e procurava sempre mostrar que estava se sentindo muito bem e feliz. O sogro, quando o casal chegava, ia logo perguntando:
_Como estão vivendo?
E Delfina, para a alegria de todos, respondia antes que Jango falasse:
_Melhor não precisa.
Mas como o preço do pecado ali, ia custar muito caro.
Num dia de sol, seu João estava sentado muito à vontade. Fumando e contando os seus casos, quando foi surpreendido por dois homens que o procuravam para levá-lo de volta ao hospital de onde havia fugido há muitos meses atrás. Não querendo ir, saiu correndo desesperadamente na esperança de se livrar, mas não correu por muito tempo e logo foi pego e colocado em poder dos outros que o esperavam. No bando que foi, estava Chica, sua amiga que se mostrava triste, mas não derrotada como ele. Na viagem que fariam, ninguém poderia livrar-se dos guardas que os acompanhavam. João sabia que iriam passar por um rio que cortava a cidade, e quando faltava pouco para chegar nesse rio, ele insistiu que parassem, pois não estava se sentido bem. E ao descer, saiu correndo e pinchou-se nas águas turbulentas que o levaram como uma folha seca.
Joaquina, chorou muito a morte do marido e lamentou por não terem encontrado o corpo.
Quando Delfina estava no oitavo mês de gestação, Jango comunicou-lhe que se mudariam dali.
_Como mudar? Você não me disse nada que iria arrumar um outro lugar.
_Vamos morar na cidade.
_Aqui na cidade?
_Não nesta. Numa outra muito mais longe, grande e bonita.
_Mas, Jango, nós não sabemos morar na cidade.
_Aprende, Delfina. Todos nós temos que aprender alguma coisa na vida. Eu não aprendi a gostar de você?
Delfina no fundo estava gostando. Achava que morar na cidade seria uma nova aventura e adorou a novidade. Juntando tudo o que podiam levar, e vendendo o restante, se despediram dos familiares e foram.
A moça se deu muito bem na cidade. Começou a trabalhar fazendo limpeza em casa de família para ajudar no sustento da casa. E fez tudo o que pode, com a intenção de mostrar ao marido o seu lado bom. Entrou numa escola para aprender a costurar e iniciou um curso de culinária. Mas tudo em vão. Não mais que entrar e sair. Jango não deu chance pra que a moça aprendesse nada. Não queria que a evoluísse, somente queria queque prestasse o serviço e ganhasse alguns a mais. E ela aceitou tudo muito satisfeita. Eufórica dizia:
_Você já pensou? Se nós estivéssemos no mesmo lugar onde morávamos, meu bebê não ia ter o enxoval que tem. Lá, eu não ia poder trabalhar, e sem trabalho ninguém que fosse rico, iria me conhecer e me dar tanta roupa.
_É mesmo! _ respondia Jango muito friamente.
E Delfina, com a alegria de sobra, pegava-o pelas mãos e saía arrastando-o, até o quarto e desdobravam as roupinhas
balançando-as, fazia como que estivesse dançando e falava-o:
_Olha que lindo! Quem você acha que vai usar? Menino, ou menina, heim?
_Ah, Delfina, quando nascer a gente vê isso. _Respondia impaciente. _Vai, guarda isso aí, quando chegar a hora, você vai ver quem vai usar.
Ela, muito desajeitada, dobrava tudo e guardava-as, numa caixa de papelão.
Jango mostrava-se muito insatisfeito com tudo em casa. No trabalho, tudo estava bem. Ganhava pouco e o trabalho era tão carrasco que deixava-lhe marcas pelo corpo. Era tratado como um verdadeiro escravo por ser muito humilde e com cara de abobalhado. Os companheiros de serviço, faziam gracinhas e piadas com a sua cara, como comer a comida dele e colocar pedras dentro da marmita, esconder, ou roubar suas roupas limpas, encher demais o carrinho de concreto, e assim por diante. Mas Jango não levava em conta o que faziam. Entrava na brincadeira com normalidade. Chegava em casa, calava-se e ficava no seu canto. A mulher, temendo ser rejeitada, de vez em quando perguntava-o:
_Você está doente?
_Não, por quê?
_Anda tão queto e não sorri por nada.
_Qual o motivo que tenho pra sorrir?
_Tudo. Tudo está indo tão bem, não acha?
_É mesmo! _respondia encolhendo os ombros e franzindo a boca.
Quando Delfina começou a sentir as dores do parto, Jango cuidou de tudo. Buscou a parteira e o parto correu muito bem
_Delfina deu à luz a uma menina. _ avisou a parteira abrindo a porta do quarto.
E para não deixar o ambiente sem brilho, Jango levantou-se da cadeira e respondeu:
_Nossa senhora, que bom! É ,mocinha?
_Sim, senhor. Respondeu a parteira. E como vai ser o nome da criança, senhor?
Ah, a mulher é quem sabe. A verdade é, que ainda não pensei nisso.
Delfina lá do quarto gritou:
_Eu pensei em pôr o nome dela de Sueli.
_Bonito nome. Muito lindo. Afirmou.
Para Delfina, o nome Sueli foi aprovado por Jango, mas na verdade ele não estava se importando com nada.
Sueli era um bebê lindo e saudável. Estava pedindo muito amor e carinho, mas Delfina, após o nascimento da criança, adquiriu problemas de saúde. Todos os meses, na época de menstruar, ficava louca e não mantinha a higiene do seu corpo e não cuidava de Sueli. Tudo o que Jango queria era não estar por perto de tudo aquilo, mas fazia de tudo para que ela cresse que tinha esquecido o passado.
Um dia Jango chegou do trabalho e falou:
_Delfina, me dispensaram do serviço e eu acho que seria muito bom a gente dar um passeio.
_Mas Jango, passear onde? Não conhecemos ninguém por aqui.
A sua mãe não conhece a neta ainda e Sueli já está com cinco meses. Que tal se fizéssemos uma surpresa a ela?
_Muito obrigada! Que legal, Jango. Pensei que nunca mais veria mamãe.
_Mais vai ver muitas outras vezes. respondeu o traiçoeiro.
Arrumaram as coisas e no outro dia de manhã saíram. Delfina estava que não se aguentava de felicidade. Entraram no trem e foram conversando normalmente, dividindo o lanche e tudo mais. Numa cidade próxima à da mãe de Delfina, o trem fez uma parada. Jango desceu para comprar lanche, água e uma chupeta. Comprou, voltou, sentou-se, e quando o trem já estava partindo, já mal intencionado falou com ares de pressa:
_Fique aqui que eu vou correndinho comprar um cigarro.
_...Mas não vai dar mais tempo.
Eu vou rapidinho, Delfina.
O trem partiu levando Delfina e Sueli. Como o rapaz conhecia tudo por ali, a moça ficou preocupada, mas não muito. Pensou:
_Com o dinheiro no bolso, ele pega o próximo trem e prossegue a viagem. Eu só não fiquei contente, porque seria legal a gente chegar juntos na casa da mamãe.
Chegou na da mãe e a primeira pergunta foi:
_Cadê o Jango?
Depois de contar o fato, todos se acalmaram.
Jango voltou pra casa, vendeu tudo e desapareceu. Delfina, esperou dois, três dias, um mês, até desanimar. Joaquina estava novamente com a cruz para carregar.
Sueli não foi bem recebida pela avó, mas Gildo achou a menina uma graça. Andava pra lá e pra cá exibindo a sobrinha como podia.
Depois de tanto esperar, Delfina achou por bem sair um pouco. Ir à bailes, festas e encontros. E como era uma mulher nova e bonita, não ficou mais que um ano sozinha.
Logo que Vivaldo a viu, sentiu que a vida iniciara novamente pra ele. Suspirando profundamente só falava na moça. Passaram a se encontrar mais vezes, e quando o romance deles estava pra pegar fogo e não tendo tempo disponível, resolveu, que se amoça quisesse, iriam morar juntos.
Vivaldo era viúvo que queimava latas, cozinhava, lavava e trabalhava na roça. Os filhos eram todos casados e a sua casa era bastante distante de vizinhos..Ele era totalmente desconhecido na redondeza.
_Você me conhece? Perguntou Delfina.
_Não.
_Como não?
_Por que devo conhecer você? Desconfiou.
_Porque o meu pai era curandeiro aqui.
_Só por isso?
_É. É só por isso.
O novo homem da vida de Delfina não sabia das crises que ela tinha, mas sabia da existência de existência de Sueli, e aceitou-a. A união durou quase cinco anos, mas depois de um ano de convivência, ele passou a agredi-la e não se importar com ela, como no começo.
Saía para o trabalho de manhã levando consigo a alimentação para o dia e deixava as duas presas. Se soubesse que a moça havia falado com alguém enquanto estivesse fora, dava-lhe uma surra. Chegava do serviço examinando tudo. Se havia rastros pelo terreiro, tocos de cigarro, ou se Delfina não estava com outro cheiro. Interrogava Sueli para descobrir alguma coisa que temesse estar escondido. Se chegasse alguém, ou simplesmente batessem palmas quando ele não estava, Delfina respondia lá do fundo:
Vivaldo não está, Volte outra hora.
Ou se Gildo fosse visitá-la, ela pedia para que Sueli não contasse ao padrasto que tinha recebido visitas. Mas de vez em quando a menina deixava escapar e a casa virava num inferno. Mas por nada Delfina brigava com a filha, por ela ter feito algo desagradável. Apenas aconselhava a se calar.
Delfina, certa vez manifestou a vontade de batizar Sueli e Vivaldo muito surpreso riu:
_Não me diga que essa criaturinha , ainda é pagã? Se soubesse disso, não me arriscaria a dormir uma só noite sobre o mesmo telhado que ela.
_Mas por que Vivaldo?
Estou brincando, Delfina. Falou sorrindo. _Vamos batizar a menina.
Delfina chamou Gildo para ser o padrinho da filha, e ele aceitou o convite com muito prazer.
No dia do batizado, só Gildo compareceu. A maior parte dos assados sobraram porque ninguém acreditava que realmente haveria festa de batizado na casa de Delfina.
_Não vai haver batizado nenhum, e se houver achamos que há boas chances da criança fugir da igreja. Ou da festa.
Ou:
Quantas vezes já tentaram batizá-la? Porque pela idade de Sueli, as tentativas não foram poucas.
Nada que Delfina falasse, era levado a sério pelo povo.
A moça passou por momentos cruéis. Constantemente engravidava e perdia o feto. Mesmo que quisesse ter mais um filho, estava sendo impossível, porque de três em três meses, passava por trabalho de parto.
A fraqueza tomou conta do seu corpo que definhou-se a tal ponto que ficou corcunda como uma idosa. As roupas que antes ficavam ajustadas a seu corpo, já ficavam feito camisola. Raramente o marido a convidava para ir a festas, ou bailes, mas quando isso acontecia, ele saía na frente e ela atrás.Mal vestida e com os seus chinelos de dedos emendados. A pobre moça, não fazia mais do que consertar velharias estragadas.
Nos bailes, ela chegava procurando um lugar para se sentar, e o seu marido saía à procura de damas que dançava a noite inteira. Se ele namorava, ou traía a esposa, ela não sabia, pois era traída pelo sono e dormia sentada até o amanhecer. Quando o sanfoneiro começava a tocar a última música, Vivaldo ia até ao canto onde ela estava dormindo, e ao acordá-la, balançando seu corpo frágil, ou dando tapinhas leves em seu rosto, ela despertava do sono atordoada, meio sem saber o que realmente estava acontecendo, agarrava-o pela sua cintura e saía dançando lentamente com a música agitada. Ele, ao se cansar na insistência da alerta, dava-lhe um empurrão, e com a sua profunda fraqueza, levantava-se e saía devagarinho e aos prantos.
Chegava em casa e encontrava Sueli dormindo feito anjo. Com a pressão da bebida e a decepção de ver tudo como estava, ele resolvia pôr tudo abaixo. Xingando, desaforando e relembrando o passado da moça, acabava acordando a criança que não tinha nada a ver com o que estava acontecendo, que em gritos desesperados se refugiava nos braços da mãe.
Um dia, com aquelas desconfianças bobas que tinha, ao chegar do serviço, jurou que alguém se aproximou de sua casa. Ele insistia que sim, e Delfina negando. E ele resolver ir mais fundo na história e na agressão.
Delfina estava com uma panela enorme de água em ponto de ebulição,e quando percebeu que quando o marido falava, mais se aproximava da panela, jogou Sueli pra baixo da cama e só viu a água indo em direção da criança. Sueli não teve queimaduras graves, porque a água fora obrigada a filtrar no colchão, antes de atingi-la. Parecia que Vivaldo queria atingir somente a inocente.
A menina, com a pouca idade que tinha, já tentava agradar o padrasto, apresentando parte do serviço pronto. Lavava as roupas mais leves, como louça e os que não pesavam muito.
O rio onde as roupas eram lavadas, era muito perigoso para que uma menina da idade dela, viesse a enfrentar como um adulto.
Um dia Vivaldo resolveu fazer um passeio à casa de uma filha que morava numa outra região distante dali. Foi deixando as duas, dizendo que ficaria uma semana fora pois faziam anos que não a via. Desejava conhecer os netos que nasceram enquanto ficou distante.
Delfina, como todos os problemas, fora obrigada a ficar sozinha, sem ninguém. Sua mãe e irmãos, com exceção do mais velho, que ia visitá-la uma vez por mês, não iam vê-la por nada. E ao ficar só, parece que o castigo quis lhe fazer uma visita com mais força.
Tarde da noite, ela começou a passar mal, com tremores de frio e o sangue veio à tona. Mas desta vez explodiu para todos os lados. e como Sueli não era acostumada a sair, Delfina acabou morrendo sozinha.
Como faltava muito tempo para que o irmão mais velho fosse visitá-la novamente, ficou o corpo estendido sobre o colchão de palha, coberto com um cobertor puído, à espera dos urubus.
Depois de dois dias, Sueli continuava trancada dentro de casa, com um calor insuportável, e o mau cheiro começou a exalar do corpo da mãe. No quinto dia de manhã, Vivaldo, como era muito ciumento e desconfiado da mulher, chegou quietinho e nas pontas dos pés, abriu a porta e começou a gritar:
_Delfina, que mau cheiro é este? Delfina! Delfina! Delfina...! Mas as chamadas foram em vão. Sueli, de tanto que chorou, dormiu e com aquele barulho, sequer acordou.
Vivaldo, depois de verificar tudo, pegou Sueli, fechou a porta novamente e foi até a casa da mãe de Delfina, para contar-lhes o ocorrido. Ouviram o que ele tinha a dizer, e umas míseras lágrimas rolaram dos olhos de alguns. Só Gildo demonstrou que tinha perdido uma grande pessoa. Vivaldo procurou as autoridades e o caso de Delfina, devia de ter se acabado ali.
Mas com a morte de Delfina, outro problema se iniciava.
Sueli foi deixada com a avó Joaquina e os tios. A avó, por ter sofrido muito com a filha, renegava a neta de todas as formas, e replicava:
_Eu, ficar com esta menina, nem pensar? Deus é que me perdoe, mas prefiro morrer do que ter que carregar essa cruz de novo. Eu pago o preço que Deus me cobrar, mas esse pra mim será muito caro. Eu não vou aguentar se tiver que assumir uma nova Delfina.
Joaquina achava por bem dar a neta para adoção, e insistia tanto na ideia que acabou criando um grande conflito dentro de casa. Gildo não aceitava a ideia de tirar Sueli do seio da família, e falava:
_Como é que a senhora tem essa coragem? Será, mamãe, que a senhora não tem pena de uma criança que conviveu até agora com problemas sérios? A senhora não acha que Sueli já pagou demais pelos nossos erros?
_Nossos, não senhor. _ Levantou-se irada. _Se houver erro, este não foi meu, mas sim, da irresponsável da mãe dela. E eu sofri muito com aquela maldita. Você parou pra pensar, Gildo, que a cura de Delfina estava nos sete palmos? Ela foi aconselhada muitas e muitas vezes, e eu não consegui fazer com que ela me ouvisse. Imagine se Sueli me apronta o mesmo. _ E, saindo, foi cuidar dos seus afazeres.
Sueli estava sendo rejeitada e Gildo entrou em desespero, pois sabia que a sua culpa era máxima diante de uma grande tragédia tão horrorosa..
Sueli já no que chegou em prantos, abraçou a um gato e não largou mais. Sempre olhando à distancia a soluçar. Gildo, se pudesse mudar tudo aquilo, certamente mudaria, então resolveu ao menos tentar, desatando tudo que estava amarrado. Afinal, pensava ele; Delfina está morta e enterrada. Sendo assim,, não tinha mais nada para se guardar.
Gildo foi dormir, mas antes cuidou do repouso da criança. No canto, embolada em seus braços, a inocente dormia em soluços com o gato sobre o peito. O trauma, a perca da mãe, feriu o coraçãozinho da menina. Em meio a tanto sofrimento, não somente Sueli chorava, mas Gildo também. sua consciência, não mais o deixava de boca calada.
Levantou-se da cama no meio da noite, e foi até o quarto da mãe e começou a discutir a permanência da criança em sua casa. E vendo que a dificuldade de convencer sua mãe estava indo de mau, para pior, sentiu-se obrigado a soltar os podres. Foi até o quarto de seus irmãos e acordou-os, um por um. Passou pelo seu, pegou Sueli em seus braços, e disse:
_A minha mãe, acha que filho só tem mãe? Além de filho ter pai, o pai também tem que brigar pelo filho, sabia? Se o pai de Sueli viesse a brigar por ela, o que a senhora diria?
_Se esta menina tivesse um pai de verdade, e se ele aparecesse, mesmo depois de tudo o que aconteceu, eu ainda ficaria muito satisfeita.
Olha, mamãe, eu estou brigando com a senhora, porque esta menina é minha filha.. Eu e Delfina tivemos Sueli juntos. Eu não sou o tio, nem o padrinho dela. Sou o pai.
Então, você é culpado de tudo, Gildo? _ Gritou a mãe com furor. _ Então foi você e Delfina que acabaram com a nossa família? Delfina até depois de morta, é perigosa. Vocês dois, são dois sem-vergonhas. E o preço do pecado Gildo, é a morte. Você acha que eu aceitaria Sueli, com mais este problema, Gildo? Agora é que eu quero mais pressa de ficarmos livres dela. E você também procure o seu rumo..
Gildo saiu cabisbaixo, sem falar mais nada, colocou a filha de volta na cama, pegou a arma que ficava debaixo do travesseiro, saiu pra fora e disparou um tiro no ouvido. Correram todos para ver, e ele estava acabando de morrer. Todos estavam desesperados e assustados com o que viram. E Joaquina já sem fôlego, perguntou debruçada sobre o seu corpo:
_Por que fez isso, meu filho?
E Gildo, só falava isto:
_Cuida da minha filha por mim. A minha filha, não merece sofrer, e...
Vendo o filho morrer, Joaquina deu um grito desesperado e acabou infartando. Num espaço de quinze dias, veio a falecer.
Quase tudo o que tinham, já estava perdido com contas que não tinham sido pagas. E os três tios, não se importando com a criança, ergueram as malas e se foram.
_Sueli ficou chorando largamente abraçada ao seu gato, jogada em qualquer canto, dormindo em qualquer lugar. Quando a fome apertava comia o que encontrava. Por vezes chegou chorando, toda suja e com a roupa rasgada em lugares, na esperança de que alguém a defendesse. Sueli só ia e não voltava. quando avistava uma mulher com os traços de sua mãe, saía correndo e gritando:
Mamãe, mamãeeeeeeee.
E ao se deparar com uma estranha, caía sentada onde estava e entrava em desespero. Sem apoio, sem calor familiar a menina estava numa viagem sem volta. As pessoas que conheceram Delfina e a família dela, sempre se perguntavam:
_Que fim levou Sueli?
Espero que a história em si, sirva de incentivo na questão que venha melhorar na educação, cuidados e amor, quando se trata na convivência familiar e social de um ser humano.
Olhe e eduque hoje, pra não perder ou se decepcionar amanhã.
MARY PEGO
terça-feira, 13 de junho de 2017
O RESTO, EU NEGOCIO
BOM DIA, MUNDO!
Quero ser um vazo cheio de bençãos.
Um vazo que se deixa quebrar, mas que tem liga própria para se restituir.
Um vazo que se refaz a cada instante e quantas vezes necessário for.
Quero ser um vazo ungido com óleo e com fogo.
Um daqueles que derramam movidos pelo espírito de Deus, e não pelo ego.
Um daqueles que não teme as mãos de um oleiro de mãos fortes.
Um dia, ainda vou conseguir ser um.
Quero ser como o ouro e a prata, onde o ferrugem não conseguem corroer.
Quero passar pelo fogo e não perder o meu valor acentuando ainda mais esse brilho que o criador me deu.
Recebi como uma herança das mãos dele, por me amar incondicionalmente.
POR ISSO, QUERO ESTAR NAS MÃOS DE QUEM ME AMA!
DEUS.
AQUELE, QUE TUDO O QUE PEÇO CHORANDO, ELE ME DÁ SORRINDO.
O RESTO, EU NEGOCIO.
OBRIGAGAAAA, SENHOR! EU O ADORAREI PELO RESTO DE MEUS DIAS!
BOM DIA, MUNDO!
MARY PEGO
Quero ser um vazo cheio de bençãos.
Um vazo que se deixa quebrar, mas que tem liga própria para se restituir.
Um vazo que se refaz a cada instante e quantas vezes necessário for.
Quero ser um vazo ungido com óleo e com fogo.
Um daqueles que derramam movidos pelo espírito de Deus, e não pelo ego.
Um daqueles que não teme as mãos de um oleiro de mãos fortes.
Um dia, ainda vou conseguir ser um.
Quero ser como o ouro e a prata, onde o ferrugem não conseguem corroer.
Quero passar pelo fogo e não perder o meu valor acentuando ainda mais esse brilho que o criador me deu.
Recebi como uma herança das mãos dele, por me amar incondicionalmente.
POR ISSO, QUERO ESTAR NAS MÃOS DE QUEM ME AMA!
DEUS.
AQUELE, QUE TUDO O QUE PEÇO CHORANDO, ELE ME DÁ SORRINDO.
O RESTO, EU NEGOCIO.
OBRIGAGAAAA, SENHOR! EU O ADORAREI PELO RESTO DE MEUS DIAS!
BOM DIA, MUNDO!
MARY PEGO
domingo, 11 de junho de 2017
SE PRECISO FOR, RASGO DE NOVO.
EU NASCI, PRA ME DAR MUITO BEM NA VIDA.
Pra que a gente se dê bem na vida, não é preciso ser uma celebridade.
Ganhar muito dinheiro ou arranjar um bom partido para se casar.
Muitos ao ouvir uma dessas frases, logo vão pensar que alguém subiu na vida porque foi agraciado por um desses motivos.
Não, não sou celebridade e não posto com a medíocre intenção em um dia vir ser uma.
E como uma pessoa humilde nos quesitos desafortunados monetariamente, sei viver muito bem com pouco dinheiro.
E quanto se ter um bom parceiro... ah, ah, ah...nem te conto, porque isso eu não divido com ninguém.
Penso que nasci pra me dar muito bem na vida, porque não fantasio nada na vida, a não ser na cama.
Muita gente, perde o juízo, em busca de fama.
Correm, correm e choram de decepção ao ver que lutou muito sem 'sucesso" algum.
SUCESSO?
Sucesso é viver feliz, assim do jeito que vivo.
Sucesso é não passar a perna nos outros.
Sucesso é poder sorrir, sabendo que a sua consciência aprova o seu sorriso.
A não ser que a sua consciência estiver morta.
Quero dizer-lhes, que sei que jamais poderá vir a acontecer, mas tenho medo de ficar famosa.
Quando comecei a escrever, foi para me distrair. Estava me sentindo com necessidade de voltar a escrever. Desde criança, escrevi impulsionada por mim mesma. Queria ver o que pensava, estampados nos papéis. Tudo o que ocorria, fantasiando a vida, escrevia. Quando alguém de casa me corrigia sério, por estar gastando as folhas do caderno, dizendo que não era tarefa dada pela professora, eu as rasgava meios a corretivos fortes, e passava a chorar.
No outro dia, uma nova história brotava numa folha virgem, mas antes que mamãe desse conta, fazia-os desaparecer.
Pra dizer a verdade, com essa minha ignorância, escrevi pela vida toda e repeti os mesmos erros da infância.
Nunca gostei que alguém visse os meus escritos, mas com a angústia que passei em querer me aproximar de um familiar, acabei escrevendo para que o mundo inteiro pudesse ver.
Sou muito emotiva, medrosa e vivo chorando por muito pouco.
Pode ser por falta de conhecimento de minha parte, mas acho que celebridades, pessoas de destaques e de grandes importância na sociedade, sofrem demasiadamente.
E eu tenho medo de sofrer.
Pra que mudar meu status se assim já vivo no céu?
MARY PEGO
Pra que a gente se dê bem na vida, não é preciso ser uma celebridade.
Ganhar muito dinheiro ou arranjar um bom partido para se casar.
Muitos ao ouvir uma dessas frases, logo vão pensar que alguém subiu na vida porque foi agraciado por um desses motivos.
Não, não sou celebridade e não posto com a medíocre intenção em um dia vir ser uma.
E como uma pessoa humilde nos quesitos desafortunados monetariamente, sei viver muito bem com pouco dinheiro.
E quanto se ter um bom parceiro... ah, ah, ah...nem te conto, porque isso eu não divido com ninguém.
Penso que nasci pra me dar muito bem na vida, porque não fantasio nada na vida, a não ser na cama.
Muita gente, perde o juízo, em busca de fama.
Correm, correm e choram de decepção ao ver que lutou muito sem 'sucesso" algum.
SUCESSO?
Sucesso é viver feliz, assim do jeito que vivo.
Sucesso é não passar a perna nos outros.
Sucesso é poder sorrir, sabendo que a sua consciência aprova o seu sorriso.
A não ser que a sua consciência estiver morta.
Quero dizer-lhes, que sei que jamais poderá vir a acontecer, mas tenho medo de ficar famosa.
Quando comecei a escrever, foi para me distrair. Estava me sentindo com necessidade de voltar a escrever. Desde criança, escrevi impulsionada por mim mesma. Queria ver o que pensava, estampados nos papéis. Tudo o que ocorria, fantasiando a vida, escrevia. Quando alguém de casa me corrigia sério, por estar gastando as folhas do caderno, dizendo que não era tarefa dada pela professora, eu as rasgava meios a corretivos fortes, e passava a chorar.
No outro dia, uma nova história brotava numa folha virgem, mas antes que mamãe desse conta, fazia-os desaparecer.
Pra dizer a verdade, com essa minha ignorância, escrevi pela vida toda e repeti os mesmos erros da infância.
Nunca gostei que alguém visse os meus escritos, mas com a angústia que passei em querer me aproximar de um familiar, acabei escrevendo para que o mundo inteiro pudesse ver.
Sou muito emotiva, medrosa e vivo chorando por muito pouco.
Pode ser por falta de conhecimento de minha parte, mas acho que celebridades, pessoas de destaques e de grandes importância na sociedade, sofrem demasiadamente.
E eu tenho medo de sofrer.
Pra que mudar meu status se assim já vivo no céu?
MARY PEGO
sexta-feira, 9 de junho de 2017
O PREÇO DO PECADO. ( 3 )
QUE FIM LEVOU SUELI?
_Olha, seu João. Sua mulher está muito bem de saúde.
E o homem injuriado com a conclusão do curandeiro, disse em voz alta:
_Como é que o senhor pode me dizer uma coisa dessa? A minha mulher, se o senhor quer saber, há seis meses não se levanta daquela cama, está toda inchada e o senhor me diz que ela não tem nada?
_Infelizmente. _ insistiu o curandeiro, enfático. _ Não posso dar um outro diagnóstico a ela. A sua mulher está com manha e como faz muito tempo que não toma sol, o corpo começou a inchar.
_Começou a inchar, o senhor diz? Tá que é uma bola, de tão doente, e começou inchar.
Como estivesse a rezar, levantou os olhos e as duas mãos postas e disse: _É mole, Deus? Diz pra mim, se um homem que tem sangue nos olhos, pode aguentar uma afronta desse tamanho?
O curandeiro não receitou nada a não ser que Joaquina se levantasse e levasse a vida normal de antes.
João, foi até o quarto, depois que o curandeiro foi embora, e surpreendeu-se com a mulher já de pé, e ao perguntar se estava melhor, ela respondeu desaforadamente:
_Ué, aquele curandorzinho de meia- tigela não disse que não estou doente? Então me levantei pra poder morrer mais depressa.
O marido muito sem jeito, não soube responder no momento e saiu meio descontrolado de raiva pra roça.
Ao retornar já bem tarde, achou o serviço todo feito por ela, e quando alguém ia ajudá-la, ela o interrompia dizendo:
_Deixe-me fazer, só assim eu morro de vez pra parar de incomodar vocês.Aquele desgraçado disse que eu fingi a todo este tempo, não é? Pois então me deixe.
Joaquina não voltou mais para a cama, ficou bonita, alegre e saudável.
O namoro de Delfina estava indo muito bem, o povo que antes não cuidava de outra coisa a não ser da mocinha, procurou esquecê-la, pois estava trabalhando muito em casa e seu comportamento era de dar inveja em muitos por ali. É claro que os homens a desejavam por ser uma mulher belíssima, mas o medo e a desconfiança falavam mais alto. Quando a patota masculina se ajuntava, começava logo a levantar as dúvidas, e surgiam perguntas como:
_O que será que queimava tanto a mocinha? Será que o namorado apagou o fogo dela?
_Eu não acredito que capeta possa a vira virar anjo, assim de repente.
E ficava a dúvida e a pergunta principal:
Quem será ela, afinal?
_Poxa, eu sei lá. _ Respondia um qualquer, e o restante das respostas eram abafadas por gargalhadas.
A surpresa popular estava de bem com a vida. Cantando músicas religiosas, andando sempre acompanhada dos pais, e...O povo esperando o próximo vexame. O namorado dela parecia ser um bom rapaz e providenciou para que o casamento saísse o mais breve possível. E para surpresa de todos, um dia, antes do meio-dia, Delfina chegava muito bem arrumada, protegida do sol por uma sombrinha das mais luxuosas, na companhia de sua mãe, batendo palmas em todas as portas daquela redondeza.
_Bom , dia! Eu vim pessoalmente convidá-los pro meu casamento que será no último sábado deste mês
_Não diga! Que bom, Delfina. É claro que nós iremos. Será um prazer.
A festa foi providenciada da melhor forma possível.
A mãe de Sérgio, noivo de Delfina, era uma mulher muito fina e com o apoio dos pais da moça, mandou que uma especialista em vestidos caríssimos confeccionasse o vestido da moça. A beleza do vestido era invejável, e quando a moça o vestiu para experimentar, transformou-se numa deusa.
A um quilômetro da casa da moça, foi feito com folhas de coqueiro, uma passagem natural para que os noivos passassem por baixo. E a cada metro, teria uma menina muito bem produzida em cada um dos lados, com flores perfumadas em cestinhas para serem jogadas. Tudo foi muito bem ensaiado.
A passarela foi feita um dia antes do casamento, mas Roberto, por ciúmes, tarde da noite foi lá e mandou tudo abaixo à foiçadas. Ninguém ficou sabendo quem foi o autor da desordem e tudo foi refeito.
Na manhã do casamento, Delfina amanheceu em gargalhadas e seguidamente perguntava para alguém:
_O que é que está acontecendo? Vai ter festa por aqui? Quem é que vai se casar?
_Você vai se casar. _ disse alguém, sem saber se a moça estava falando sério, ou não.
_Eu? Acho que vocês estão brincando com a minha cara, ou não estão? _ E rindo sem parar saiu dando empurrões em todos, chamando-os para ver o que estavam cansados de ver: _Mas vocês são bestas, heim? Caíram direitinho no que armei. _E chamando a atenção de todos perguntava: _ Quem é que se habilita a se casar por mim? Heim? Heim? Quem é que quer levar aquele trouxa adoidado pra casa? Digam-me, por favor, porque eu não sou nenhuma louca de assumir um compromisso desse.
E saindo como se nada estivesse acontecendo, passava em todas as casas e abria todas as portas e janelas deixando-as escancaradas a mercê de qualquer um. Com muito o que comer e tomar, o pessoal que foi para festa não deixou de festejar.
Seu João mandou um amigo ir até a casa do noivo e contar o acontecido. Ao receber a notícia, o rapaz foi como um boi bravo à casa da moça por não acreditar no que ouviu; chegando lá, deparou-se com a festança e com os pais tristes e cabisbaixos. Não falou com ninguém, pegou o seu burro e voltou no mesmo ato para casa.
A desistência da moça fez com que reacendesse ainda mais a paixão de Roberto e então, após saber tudo, tintim por tintim, resolveu procurá-la para lhes dizer o quanto era forte o seu amor por ela. Saiu cegamente atrás de seu grande amor. Não andou muito e a encontrou se banhando em um rio de águas límpidas, então gritou pelo seu nome:
Delfina! Sou eu, Roberto.
O que é que você quer? _Gritava a moça irada. _ O que veio fazer aqui?
O rapaz muito emocionado pela paixão, disse-lhe:
Eu soube que você desistiu de se casar, e quero que você saiba o quanto estou feliz com a sua atitude.
Delfina, como era a mesma de sempre, fingiu gostar.
_Nossa, eu não sabia que você me amava tanto assim. Como é que não me disse isso antes?
_Falta de chances, ou talvez por vergonha.
E a traidora em sorrisos pediu a ele que fosse se banhar com ela. E quando ele entrou na água, ela saiu nadando em direção ao lado mais fundo e segurou-se em um galho de uma árvore que havia caído ali por muitos anos.
Quando o rapaz se aproximou dela, ela segurou firme em um dos galhos e deu-lhe com os dois pés sobre o seu rosto e em seguida quebrou um , e com muita raiva bateu com, em sua cabeça. Roberto, mortalmente machucado, afundou no rio e só após três dias encontraram o seu corpo.
Depois do que fez, vestiu-se e continuou a sua peregrinação. Muito insensata, subindo em árvores e chicoteando os cachorros que a estranhavam. Todos estavam impressionados com o que viram, mas não tanto.
Carlota, que estava no dia da festa, com o seu jeito abobado e com fala mole e arrastada, misturando-se em babas, de vez em quando lembrava:
_Quem é que não esperava por isso? A desvairada nunca vai mudar.
Carlota estava certa. A maioria que ali estava, não apostava nada em Delfina. Ou quase nada. Os pais da moça não comentaram nada com ninguém, muito menos com Delfina que se cansou do silêncio e desabafou com muita agitação.
_Poxa, mamãe, parece que você e o papai querem mesmo é ficar livres de mim. Depois de tudo que aconteceu comigo, nenhum de vocês quis saber p porquê de tudo isto. _E sem ninguém abrir a boca, ela continuou: _ Na última vez que o Sergio esteve aqui, ele insistiu muito para que tivéssemos relações íntimas e eu não quis. E quando ele percebeu que não haveria acordo nenhum, me tratou muito mal e falou coisas que me humilharam muito.
E colocando as mãos sobre o rosto, sentou-se e banhou-se em lágrimas.
_Mas Delfina, por que é que não disse isso a nós?
_Porque achei que vocês não iriam se importar comigo.
_O que é isso, minha filha? Jamais iríamos fazer isso. E se ele te fez tudo isso, por que você não o deixou no mesmo dia?
Porque eu gostava dele, e tentei me conformar com a perda. E então, resolvi que não podia agir diferente.
Os pais da moça sentaram-se ao seu lado, bastante revoltados, passaram as mãos sobre a cabeça da suposta vítima, e choraram em trio.
Gildo ao chegar em casa, quis saber porque a orquestra estava chorando, e quando soube, uniu-se ao pai. Armaram-se até os dentes e passaram a procurar o antigo e desordeiro noivo, para que ele lhes prestasse contas.
Sérgio não se acovardou e fez o mesmo.
Quando os parentes de Delfina perceberam que o moço não estava pra brincadeira, resolveram recuar.
De longe, quando os três se avistaram, só Sergio sacou a arma, e como um louco foi ao encontro dos dois.
_O que vocês querem comigo?
_Nada não, por quê?
_É que fiquei sabendo que vocês estavam me procurando pra me matar. E como eu não devo nada a ninguém, vou provar isso do jeito que você quiserem.
_Como é que queremos te matar, se nem sacamos as armas?
E assim, Sérgio foi para um lado e João e Gildo para o outro.
Os dois frouxos fizeram de tudo para não se encontrar mais com Sérgio. Onde sabiam que ele estava, davam meia volta e tomavam outro rumo. No caminho de volta pra casa, os dois sussurravam muito aliviados:
_Escapamos por um triz. Aquele homem é um doido varrido. Viu papai como riscou até os nossos pés com a faca que tirou da bainha?
_Vi nada! Um homem endiabrado como eu estava no momento, não vê pouca coisa. Tem que busca-pé para que ele veja.
_Papai, mas o senhor nem se mexeu com tudo aquilo? Se quisesse acabar com o senhor, não precisava esforço nenhum. Veja como sangram os nossos pés? Sérgio por estar com o demônio no couro, cortou-os.
_Deixe isso pra lá.
Ao chegar em casa, o pai da moça, combinado com o irmão, disse a ela que o rapaz assumia qualquer desordem que ele pudesse ter feito, mas só mediante atestado médico, e Delfina se recusou dizendo:
_Mas ele não chegou a me fazer nada, papai. Eu não o aceitei.
_Mas Delfina, ele nos disse que você não é mais virgem.
_Se não sou, papai, isso não é da conta dele.
E como a resposta da moça abalou muito, eles resolveram se calar.
O irmão da moça não concordava co esta mentira que combinou com o pai, pois tinha medo de as coisas pudessem ficar bem piores, e falava sozinho:
_Ah, se papai descobre mais coisas além do que ele procura...não só a nossa casa pega fogo, mas sim o sítio todo vira um fogaréu, e não há rio que resolverá.
E quando surgiam comentários a respeito, sentado no seu canto, deslizando suavemente as mãos, hora nas barbas ralas, hora nos cabelos dourados, ficava a murmurar:
_Ora, Delfina, se te pegam, você está no sal!
E voltando atrás, dizia: _Nós dois estamos fritos.
Delfina continuava aprontando pra valer.
Passaram-se apenas três meses, numa tarde nebulosa, um homem muito ofegante chegou à cavalo na casa de João para avisá-lo de que a mãe de Joaquina havia falecido. A avó Deltrudes morava muito longe e todos queria vê-la pela última vez. E João, para não decepcionar ninguém, arranjou um vizinho de confiança para que olhasse a casa e tratasse dos animais. Foram todos, e todos estavam muito tristes com a perda. A casa na qual velavam Deltrudes era enorme e estava abarrotada de visitas. O pátio estava com gente por todo o canto, e como sempre, Delfina como estava sempre atenta em tudo, não pode deixar de notar o tal Zé.
_José, era um rapaz que morava naquelas redondezas há muitos anos. Era trabalhador, dedicado em tudo e muito religioso. Tinha a pele e cabelos muito claros, como os de Delfina. Só a conduta era diferente.
Antes de falar com a moça, o rapaz pediu a um senhor, muito íntegro e amigo da família, para que procurasse os pais da garota depois do enterro e falasse à respeito do seu interesse. Delfina, no momento que viu o rapaz, esqueceu-se de tudo, até da avó morta. Não via mais nada a não ser o Zé. E como sabia muito bem seduzir um homem, às escondidas aprontou. Não sabia quem era o rapaz, nem sequer o seu nome. Ambos sabiam que eram solteiros, porque Getunilo, um irmãozinho mais novo, ao perceber que se olhavam, foi até a ale e lhe perguntou:
_Como é o seu nome?
_Por que você me pergunta, moleque?
_A minha irmã Delfina foi quem me mandou pergunta-lo.
Quem é Delfina?
_Minha irmã. _E apontou uma moça cheia de charme e que o olhava com olhos sedutores, jogando bicotas.
O Zé já pasmado com a atitude e beleza da moça, parecia ter pressa em dizer o seu nome:
_Zé, Zé, Zé, é...José o meu nome. Vai garoto e diga pra ela que é José que me chamo.
E lá se foi o menino.
_Ele se chama José.
_Por que é que você foi até lá falar com ele?
_Ele me chamou pra me perguntar quem era você. E por coincidência eu era o seu irmão. Aí você já sabe, né?
_Ele não te disse onde mora?
_Não.
_Não te disse que quer falar comigo?
Não, mas parece estar gostando de você.
Então volte lá e pergunte a ele, se quer falar comigo. Se quiser, eu estarei o esperando lá atrás da casa.
E Getunilo, voltando lá, fez tudo como mandara a irmã. E como os dois eram livres, ele foi conversa com a moça, e imediatamente iniciaram o namoro.
Antes de sair o enterro, Delfina mal despediu-se da avó, e preferiu não ir até ao cemitério. Naquele tempo os enterros iam feito procissões. Quatro pessoas pegavam cada um em uma das alças do caixão e lá se iam rezando e açoitando o caixão para que o defunto não ficasse pesado. Andavam quilômetros se revezando. Ao retornar para casa, dona Joaquina, antes de entrar, foi logo alertando a todos:
_Vamos embora.
_Mas já mamãe?
_Já, filha, nossa casa está sozinha, e não tenho mais nada pra fazer aqui.
_Está bem, mamãe. _ E virando-se para o Zé disse: _Você já sabe o meu endereço, e então resta-me esperar por você em minha casa.
E o rapaz, balançando a cabeça, afirmou que iria vê-la o mais rapidamente possível! O que foi verdade, pois não demorou três dias, ele apareceu acusando saudades. Foi bem recebido por todos e os passeios por lá continuaram.
As pessoas que conheciam a moça, já não davam importância para mais nada que ela fazia, mas reconheciam que mesmo não merecendo a confiança de ninguém, ela estava calma e religiosa. Ganhou um voto de confiança até do padre da região, acompanhando rezas, aconselhando e ensinando crianças que iriam para a primeira comunhão.
Dava-se pra se dizer que aquela Delfina de antigamente havia morrido e sido enterrada, mas ninguém arriscava a pôr as mãos no fogo por ela.
Enquanto seu pai saía nos finais de semana para fazer suas demonstrações fabulosas, Delfina e seus irmãos saíam às escondidas,trabalhando a noite inteira para colocar empecilhos nas entradas pelas quais os feiticeiros passariam; estes, ao saírem de madrugada, deparavam com o entulho e eram obrigados a retirar e deixar a passagem livre. Seu João e seu companheiro, (que exigia da população que lhe chamasse de) Preto Velho, por não serem mais jovens, quase se matavam com aquele trabalhão todo. Eles xingavam, mas não desconfiavam de ninguém, pois nunca tinham visto algo parecido.
O pai de Delfina voltava pra casa com o sol alto, e sem comer e beber ia se deitar e passava o dia dormindo. Pensava estar enganando alguém, mas estava sendo enganando, tanto que a saúde estava indo por água abaixo.
João, o famoso, sempre procurado pelas pessoas, não conseguia mais enganar nem a si próprio. A doença veio rapidamente para que não deixar o velho esperto escapar. Há muitos anos ele já lutava contra uma úlcera e depois de tanto perambular, foi acometido pela tuberculose e pela morfeia. Leproso, sentiu-se muito mais pressionado e resolveu acelerar o casamento de Delfina.
FICÇÃO
ISBN 85-7372-206-1
MARY PEGO
O PREÇO DO PECADO (PARTE 2)
QUE FIM LEVOU SUELI?
Delfina foi dormir, ma só se deitou, pois o sono tinha se ido. Nos seus pensamentos, nem ela mesma acreditava no seu comportamento: _como conseguira aquilo afinal? Lembrou-se que, certa vez, sua mãe lhe contara um fato muito curioso que se passara quando era ainda muito uma menina.
Um dia ao serem convidados para uma festa que seguiria com um baile a noite, na casa de amigos de seus pais, a mãe da menina preparou-a muito bem para levá-la consigo. Como era o costume da época, no local, enquanto os casais dançavam numa sala, seus bebês ficavam num quarto contíguo, onde eles poderiam dormir e ser alimentados tranquilamente. O baile estava animado, e pelo que contava sua mãe, um homem muito mal encarado irritou-se ao ver a sua mulher dançando com o seu inimigo, puxou uma arma, picando bala para todos os lados. Foi um Deus nos acuda.
Naquela confusão, com todo o ambiente escuro, as mães foram desesperadas pegar os seus filhos e saíram às pressas, pois as balas passavam cantando por seus ouvidos. Ao chegarem em casa, levaram maior susto, pois não era o filho deixado no berçário da festa. A cor da pele para alguns deu certo, mas a criança era do sexo oposto. Não tinham como destrocar naquela mesma noite, pois o acesso era difícil, e a chuva tempestuosa já caía por várias horas. Ninguém sabia quem eram os verdadeiros pais e as crianças por estranharem o ambiente e as pessoas, com choro lamentoso estava atormentando e tirando a paz dos desesperados pais.
_Ó Deus! Como vou suportar vê-lo gritar, sabendo que o meu filho está perdido nas mãos de sei lá de quem? Se Deus quiser, no que amanhecer, vou ficar livre desse bocudo que não me dá tréguas. Ah, meu Deus como é que está o meu bebê? Será que estão cuidando direitinho dele?
Antes que o dia clareasse, lá estava a bagunça da destroca.
_Hei...Você foi no baile ontem?
_Sim. Por quê?
_Este bebê que está com você é de quem?
_Não sei.
_Posso vê-lo? Talvez seja o nosso.
E cada um ao verificar, se decepcionava por não conhecê-lo.
A angústia e a vontade dos pais era tanta que na busca se desencontravam uns dos outros. E com aquela andança, eram palmas daqui, dali, e só se ouvia.
_A senhora pode reconhecer esta criança?
_o senhor sabe de quem e bebê?
E assim por diante. por casa a mesma pergunta.
_Eu não sei, mas eu acho que se parece muito com a família do Virgulino.
O outro apavorado dizia:
_Mas onde é que mora esse tal Virgulino?
_Mora a uns três quilômetros daqui. O senhor entra neste carril, vai indo, quando ver uma árvore bem grossa, o senhor entra às esquerdas e não demora muito, vai ver a casa do Virgulino.
Chegando lá a resposta era:
_ Não sei. Não conheço.
Depois de um mês de sufoco, foi que se resolveu o problema. Alguns ficaram doentes e passaram por maus pedaços.
Delfina lembrou também que um dia, ainda muito pequena, ao estar muito bem arrumada para uma festa de batizado, na qual seus pais seriam os padrinhos. Para não sujar o vestido branco que usava, sentou-se numa cadeira que estava na sala e sua mãe pediu-a que não saísse dali. Delfina, sentadinha como mandara a mãe, viu aparecer à porta uma figura muito estranha, que nunca vira por ali. Era de estatura muito pequena, mas muito esperto e a chamava insistentemente para brincar. E ela o acompanhou não se sabe por quanto tempo..
A menina só tinha quatro anos de idade e não tinha forças para fazer o que fez. Joaquina, ao voltar das arrumações para buscar a filha, irou-se por não encontrá-la, e começou a procurá-la e a dizer os nomes que sabia. O meio dia de procura não resolveu nada. então arranjaram muitos homens para ajudar na caçada a Delfina. Como a menina era bem pequena, os caçadores só procuravam em lugares onde pudesse cair, mas quando já estava quase anoitecendo, um dos homens assobiou e fez sinal para que não fizessem barulho, pois onde a menina estava era perigoso se assustar e acabar caindo de lá. Ao vê-la, todos ficaram assombrados. Delfina estava a uns bons quilômetros de casa e a árvore onde estava sofrera queimada, não tinha uma folha sequer e não suportava o peso de alguém com o tamanho dela. O lugar era puro carvão. O curioso é que a menina estava em meio a tantos galhos queimados e não havia mancha alguma em seu vestido. Estava num lugar muito difícil de ser retirada, e enquanto faziam planos para tirá-la de lá, ela conversava com alguém e ria largamente, deixando todos curiosos. Ao ver o tamanho problema, chamaram o padre da capela para benzer, pois essa era a única solução. No local não entrava veículos por ser barranceira e as árvores não tinham sido derrubadas. Nessa hora a mãe entrou em desespero e perguntava para a garota:
_Minha filha, com que é que você está conversando?
_Com meu amiguinho, mamãe.
De tanta benzeção e rezas, Delfina, aparentemente aconselhada por alguém, pediu que todos ali se retirassem, que seu amiguinho queria descê-la e não faria isso na presença de ninguém. Saíram, e num segundo ouviram o choro da menina pedindo pela mãe. Joaquina correu ao encontro da filha e acabou sujando-a toda de carvão. Abraçou-a, beijou-a e prometeu que nunca mais xingaria em hipótese alguma.
A festa teria ficado para trás, mas Delfina não tinha um arranhão sequer. O casal ficara mais religioso com o medo e desconfiados do que aconteceu.
No dia seguinte à festa de seu aniversário, em que se comportara tão bem, Delfina levantou de manhã quebrando tudo que via à sua frente e dizia:
_Por que não me deixaram participar da minha festa? Onde é que me levaram, que eu não vi nada?
Seus pais, assustados com a atitude da garota, recordaram alguns acontecimentos da festa para que ela lembrasse. E isso a deixava mais irritada.
E continuava:
_Vocês me deram alguma coisa e me prenderam em algum lugar? Por que é que estão mentindo pra mim, heim? _E gritava em voz alta:_É mentira! Mentirosos! Mentira de vocês todos!
Saiu acusando-os de tê-la feito dormir com remédios, enquanto festejavam. Mentiu de ter acordado dentro de um quarto trancado a chave.
As autoridades, ao receberem a denúncia, foram investigar o ocorrido. Como na festa havia muitos convidados, seu João achou que seria muito fácil provar a verdade, e disse ao delegado:
_Olha, essa gente de que já falei para o senhor, estava toda em casa ontem à noite. Pergunte a cada um deles.
E quando a pergunta era feita, todos respondiam com as mesmas palavras.
_Não sei. Não reconheci a moça.
Alguns aumentavam e diziam ainda mais;
_Estava mudada. Muito diferente.
Perguntaram à Chica e a resposta foi:
_Não era a mesma, alguma coisa aconteceu de muito bom, ou de muito ruim.
E assim por diante.
Seu João e dona Joaquina, estavam sofrendo os terrores de um dia apenas de bondade da filha. Preferiam eles morrer a ter que passar por aquilo. Delfina insistia que não participara da festa e os visitantes diziam não ser a mesma que estava lá aquele dia. Em quem as autoridades iriam acreditar, em Delfina, ou nos pais dela? O povo que ali compareceu respondeu assim por estar abismado com o bom comportamento da moça, mas tinham certeza de que era mesmo Delfina que estava lá. Mas as autoridades estavam levando o caso a sério. A amnésia da moça estava levando muita gente a depor.
_O senhor estava na tal festa na casa do senhor João?
_Sim, senhor.
_E quem é que estava na porta?
_Delfina, a filha do proprietário.
_Tem certeza?
_Tenho.
_Por que?
_Porque se parecia muito com ela.
_O senhor achou alguma diferença na moça?
_Nossa senhora, parecia não ser a mesma!
_Por quê?
_Olha, estava mais bonita, muito comportada, falando difícil e...estava completamente mudada. Não era a mesma.
_Mas o senhor acabou de dizer que tem certeza de que era Delfina que estava lá.
_Mas era. _E pensando um pouco dizia:_Olha, amigo,vou ser sincero. A mocinha nos surpreendeu, não dá para acreditar que era a mesma.
Dispensado, saiu deixando mais dúvidas no ar.
Seu Rouxinol, o delegado, achou por bem convocar mais uma testemunha, e resolveu que seria um irmão de Delfina. Este, pensou o delegado, iria pôr em pratos limpos toda aquela maracutaia. Gildo era um ano mais novo que Delfina e estava a par de todas as coisas que aconteciam dentro de sua casa e acima de tudo, ao se deparar com o delegado em sua frente, já sabia o que estava querendo. Gildo estava disposto a falar a verdade sobre a irmã e sabia tudo o que iria lhe perguntar. Ao sentar-se, já foi logo interrogado:
_Como estava a festa na sua casa?
_Muito boa. Maravilhosa!
_A festa era em homenagem a quem?
_Estávamos homenageando Delfina, pelo aniversário dela.
_Se era aniversário de Delfina, por que ela não estava presente?
_...Mas ela estava na festa.
_Ela dançou?
_Não.
_Teve baile?
_Teve, sim senhor.
_E por que ela não dançou?
_Não sei. Talvez não quisesse. _E não aguentando, soltou uma gargalhada e ao mesmo tempo, pedindo desculpas pelo seu comportamento, disse: _Olha delegado, parece brincadeira, eu não sei o que é que fizeram com ela, mas ela estava totalmente mudada. Se não fosse ela minha irmã, juro que não iria acreditar. _E balançando a cabeça negativamente, contestou: _Tem razão, não era a mesma que eu conheço.
O delegado não tinha mais dúvidas que Delfina estava falando a verdade. E ordenou que prendessem os pais.
Roberto gostava ardentemente da moça, mas os acontecimentos sobre o comportamento dela, faziam com que o rapaz ficasse acuado.
_Tem muitas moças por aí, mas a danada é a mais bonita. Que sorte tive eu de gostar da moça mais revoltada daqui. _Pensava.
Enquanto o casal estava engaiolado, dona Deltrudes, a avó, cuidou direitinho dos netos, menos de Delfina, que a toda hora era insolente.
_Já arrumou o seu quarto, Delfina?
_Sim, senhora.
_Então vá lavar as suas roupas.
A inquieta acabava de ouvi-la e desaparecia deixando o serviço por fazer. Não parou em casa, um segundo apenas, a não ser para se alimentar. Os problemas aumentaram e a avó não suportando mais, foi até ao delegado e conseguiu a soltura do casal.
Os doze dias que ficaram presos, foram muito difíceis de serem recuperados, pois o serviço acumulara e o que estava para colher, se perdeu tudo. Joaquina, pela rebeldia da filha, sofreu um bocado, pois grávida novamente de dois meses e passando por agressões físicas e psicológicas, emagreceu, ficou pálida e muito fraquinha, passou a desmaiar, duas a três vezes ao dia. Toda a sua gravidez, passou por problemas estomacais e muitas dores de cabeça. E mesmo assim, Delfina não lhe dava tréguas.
Aprontava tudo.
Um certo dia, Delfina arranjou um namorado, não era daquelas redondezas, mas para os pais da moça, não importava de onde vinha o pretendente. O que lhes importava era que o rapaz fosse o homem certo para ela, e que o amor dele, fosse o bastante para suportá-la.
Depois que João e Joaquina tiveram a certeza de que era mesmo Delfina a mulher dos sonhos dele, resolveram contar-lhe como era a sua filha. E chamando-o em particular desataram:
_Olha Sérgio, a minha filha é uma menina muito direita, mas não tem um pingo de juízo. Gostaríamos muito que você entrasse pra nossa família, mas depois de tudo que vamos lhe contar, não sabemos qual será a sua reação.
E contando em detalhes sobre a vida e o comportamento da garota, o rapaz respondeu:
_Não se preocupe, eu amo a sua filha e tenho certeza de que o meu amor é capaz de mudar totalmente a vida dela.
_Tudo bem. Nós só não queríamos vender gato por lebre. _Falou o pai muito aliviado e bastante sem graça.
O tempo se passava, Delfina mudou, mas não o suficiente. A mudança deu para esfriar a tensão de muitos, principalmente a dos seus pais. A mãe ganhou o bebê sem problemas, e foi bem cuidada pela filha, mas Joaquina, exagerando na alimentação em plena dieta, começou a passar mal. Miroxa, a velha e entendida parteira, resolveu o caso num só tapa. Chamou Delfina em particular e perguntou_lhe:
_Filha, eu já insisti com a sua mãe, pra que ela me conte o que comeu e não consegui fazer com que me contasse. Você será a salvação de sua mãe. Me conte:
_O que é que a sua mãe andou comendo, para que esteja neste estado tão deplorável?
_Não posso contar. Mamãe me fez jurar pra ela que não contaria pra ninguém.
_Mas se você não me contar sua mãe morrerá, pois não saberei aplicar o remédio. E você será a culpada pela morte dela.
Está bem. _Refletiu um pouco, _Olha, mamãe esquentou umas duas conchas de carne de porco com farinha de mandioca e como estivesse se despedindo de tudo e de todos, comeu feito uma esganada. Enquanto comia, ao mesmo tempo tomava café quente por cima.
Miroxa, com um semblante assustador, balançou a cabeça em sinal de agradecimento, se retirou com essa frase:
_Muito obrigada filha, desta ela escapou.
Joaquina escapou, mas ficou acamada por seis meses. Com o vai e vem de curandeiros que iam visitá-la, apareceu um que não era conhecido por ali. Entrou no quarto acompanhado por seu João, examinou a doente caprichosamente, e eixando-a onde estava, pediu ao chefe da casa que o acompanhasse, e o disse:
FICÇÃO
ISBN 85-7372-206-1
MARY PEGO
Delfina foi dormir, ma só se deitou, pois o sono tinha se ido. Nos seus pensamentos, nem ela mesma acreditava no seu comportamento: _como conseguira aquilo afinal? Lembrou-se que, certa vez, sua mãe lhe contara um fato muito curioso que se passara quando era ainda muito uma menina.
Um dia ao serem convidados para uma festa que seguiria com um baile a noite, na casa de amigos de seus pais, a mãe da menina preparou-a muito bem para levá-la consigo. Como era o costume da época, no local, enquanto os casais dançavam numa sala, seus bebês ficavam num quarto contíguo, onde eles poderiam dormir e ser alimentados tranquilamente. O baile estava animado, e pelo que contava sua mãe, um homem muito mal encarado irritou-se ao ver a sua mulher dançando com o seu inimigo, puxou uma arma, picando bala para todos os lados. Foi um Deus nos acuda.
Naquela confusão, com todo o ambiente escuro, as mães foram desesperadas pegar os seus filhos e saíram às pressas, pois as balas passavam cantando por seus ouvidos. Ao chegarem em casa, levaram maior susto, pois não era o filho deixado no berçário da festa. A cor da pele para alguns deu certo, mas a criança era do sexo oposto. Não tinham como destrocar naquela mesma noite, pois o acesso era difícil, e a chuva tempestuosa já caía por várias horas. Ninguém sabia quem eram os verdadeiros pais e as crianças por estranharem o ambiente e as pessoas, com choro lamentoso estava atormentando e tirando a paz dos desesperados pais.
_Ó Deus! Como vou suportar vê-lo gritar, sabendo que o meu filho está perdido nas mãos de sei lá de quem? Se Deus quiser, no que amanhecer, vou ficar livre desse bocudo que não me dá tréguas. Ah, meu Deus como é que está o meu bebê? Será que estão cuidando direitinho dele?
Antes que o dia clareasse, lá estava a bagunça da destroca.
_Hei...Você foi no baile ontem?
_Sim. Por quê?
_Este bebê que está com você é de quem?
_Não sei.
_Posso vê-lo? Talvez seja o nosso.
E cada um ao verificar, se decepcionava por não conhecê-lo.
A angústia e a vontade dos pais era tanta que na busca se desencontravam uns dos outros. E com aquela andança, eram palmas daqui, dali, e só se ouvia.
_A senhora pode reconhecer esta criança?
_o senhor sabe de quem e bebê?
E assim por diante. por casa a mesma pergunta.
_Eu não sei, mas eu acho que se parece muito com a família do Virgulino.
O outro apavorado dizia:
_Mas onde é que mora esse tal Virgulino?
_Mora a uns três quilômetros daqui. O senhor entra neste carril, vai indo, quando ver uma árvore bem grossa, o senhor entra às esquerdas e não demora muito, vai ver a casa do Virgulino.
Chegando lá a resposta era:
_ Não sei. Não conheço.
Depois de um mês de sufoco, foi que se resolveu o problema. Alguns ficaram doentes e passaram por maus pedaços.
Delfina lembrou também que um dia, ainda muito pequena, ao estar muito bem arrumada para uma festa de batizado, na qual seus pais seriam os padrinhos. Para não sujar o vestido branco que usava, sentou-se numa cadeira que estava na sala e sua mãe pediu-a que não saísse dali. Delfina, sentadinha como mandara a mãe, viu aparecer à porta uma figura muito estranha, que nunca vira por ali. Era de estatura muito pequena, mas muito esperto e a chamava insistentemente para brincar. E ela o acompanhou não se sabe por quanto tempo..
A menina só tinha quatro anos de idade e não tinha forças para fazer o que fez. Joaquina, ao voltar das arrumações para buscar a filha, irou-se por não encontrá-la, e começou a procurá-la e a dizer os nomes que sabia. O meio dia de procura não resolveu nada. então arranjaram muitos homens para ajudar na caçada a Delfina. Como a menina era bem pequena, os caçadores só procuravam em lugares onde pudesse cair, mas quando já estava quase anoitecendo, um dos homens assobiou e fez sinal para que não fizessem barulho, pois onde a menina estava era perigoso se assustar e acabar caindo de lá. Ao vê-la, todos ficaram assombrados. Delfina estava a uns bons quilômetros de casa e a árvore onde estava sofrera queimada, não tinha uma folha sequer e não suportava o peso de alguém com o tamanho dela. O lugar era puro carvão. O curioso é que a menina estava em meio a tantos galhos queimados e não havia mancha alguma em seu vestido. Estava num lugar muito difícil de ser retirada, e enquanto faziam planos para tirá-la de lá, ela conversava com alguém e ria largamente, deixando todos curiosos. Ao ver o tamanho problema, chamaram o padre da capela para benzer, pois essa era a única solução. No local não entrava veículos por ser barranceira e as árvores não tinham sido derrubadas. Nessa hora a mãe entrou em desespero e perguntava para a garota:
_Minha filha, com que é que você está conversando?
_Com meu amiguinho, mamãe.
De tanta benzeção e rezas, Delfina, aparentemente aconselhada por alguém, pediu que todos ali se retirassem, que seu amiguinho queria descê-la e não faria isso na presença de ninguém. Saíram, e num segundo ouviram o choro da menina pedindo pela mãe. Joaquina correu ao encontro da filha e acabou sujando-a toda de carvão. Abraçou-a, beijou-a e prometeu que nunca mais xingaria em hipótese alguma.
A festa teria ficado para trás, mas Delfina não tinha um arranhão sequer. O casal ficara mais religioso com o medo e desconfiados do que aconteceu.
No dia seguinte à festa de seu aniversário, em que se comportara tão bem, Delfina levantou de manhã quebrando tudo que via à sua frente e dizia:
_Por que não me deixaram participar da minha festa? Onde é que me levaram, que eu não vi nada?
Seus pais, assustados com a atitude da garota, recordaram alguns acontecimentos da festa para que ela lembrasse. E isso a deixava mais irritada.
E continuava:
_Vocês me deram alguma coisa e me prenderam em algum lugar? Por que é que estão mentindo pra mim, heim? _E gritava em voz alta:_É mentira! Mentirosos! Mentira de vocês todos!
Saiu acusando-os de tê-la feito dormir com remédios, enquanto festejavam. Mentiu de ter acordado dentro de um quarto trancado a chave.
As autoridades, ao receberem a denúncia, foram investigar o ocorrido. Como na festa havia muitos convidados, seu João achou que seria muito fácil provar a verdade, e disse ao delegado:
_Olha, essa gente de que já falei para o senhor, estava toda em casa ontem à noite. Pergunte a cada um deles.
E quando a pergunta era feita, todos respondiam com as mesmas palavras.
_Não sei. Não reconheci a moça.
Alguns aumentavam e diziam ainda mais;
_Estava mudada. Muito diferente.
Perguntaram à Chica e a resposta foi:
_Não era a mesma, alguma coisa aconteceu de muito bom, ou de muito ruim.
E assim por diante.
Seu João e dona Joaquina, estavam sofrendo os terrores de um dia apenas de bondade da filha. Preferiam eles morrer a ter que passar por aquilo. Delfina insistia que não participara da festa e os visitantes diziam não ser a mesma que estava lá aquele dia. Em quem as autoridades iriam acreditar, em Delfina, ou nos pais dela? O povo que ali compareceu respondeu assim por estar abismado com o bom comportamento da moça, mas tinham certeza de que era mesmo Delfina que estava lá. Mas as autoridades estavam levando o caso a sério. A amnésia da moça estava levando muita gente a depor.
_O senhor estava na tal festa na casa do senhor João?
_Sim, senhor.
_E quem é que estava na porta?
_Delfina, a filha do proprietário.
_Tem certeza?
_Tenho.
_Por que?
_Porque se parecia muito com ela.
_O senhor achou alguma diferença na moça?
_Nossa senhora, parecia não ser a mesma!
_Por quê?
_Olha, estava mais bonita, muito comportada, falando difícil e...estava completamente mudada. Não era a mesma.
_Mas o senhor acabou de dizer que tem certeza de que era Delfina que estava lá.
_Mas era. _E pensando um pouco dizia:_Olha, amigo,vou ser sincero. A mocinha nos surpreendeu, não dá para acreditar que era a mesma.
Dispensado, saiu deixando mais dúvidas no ar.
Seu Rouxinol, o delegado, achou por bem convocar mais uma testemunha, e resolveu que seria um irmão de Delfina. Este, pensou o delegado, iria pôr em pratos limpos toda aquela maracutaia. Gildo era um ano mais novo que Delfina e estava a par de todas as coisas que aconteciam dentro de sua casa e acima de tudo, ao se deparar com o delegado em sua frente, já sabia o que estava querendo. Gildo estava disposto a falar a verdade sobre a irmã e sabia tudo o que iria lhe perguntar. Ao sentar-se, já foi logo interrogado:
_Como estava a festa na sua casa?
_Muito boa. Maravilhosa!
_A festa era em homenagem a quem?
_Estávamos homenageando Delfina, pelo aniversário dela.
_Se era aniversário de Delfina, por que ela não estava presente?
_...Mas ela estava na festa.
_Ela dançou?
_Não.
_Teve baile?
_Teve, sim senhor.
_E por que ela não dançou?
_Não sei. Talvez não quisesse. _E não aguentando, soltou uma gargalhada e ao mesmo tempo, pedindo desculpas pelo seu comportamento, disse: _Olha delegado, parece brincadeira, eu não sei o que é que fizeram com ela, mas ela estava totalmente mudada. Se não fosse ela minha irmã, juro que não iria acreditar. _E balançando a cabeça negativamente, contestou: _Tem razão, não era a mesma que eu conheço.
O delegado não tinha mais dúvidas que Delfina estava falando a verdade. E ordenou que prendessem os pais.
Roberto gostava ardentemente da moça, mas os acontecimentos sobre o comportamento dela, faziam com que o rapaz ficasse acuado.
_Tem muitas moças por aí, mas a danada é a mais bonita. Que sorte tive eu de gostar da moça mais revoltada daqui. _Pensava.
Enquanto o casal estava engaiolado, dona Deltrudes, a avó, cuidou direitinho dos netos, menos de Delfina, que a toda hora era insolente.
_Já arrumou o seu quarto, Delfina?
_Sim, senhora.
_Então vá lavar as suas roupas.
A inquieta acabava de ouvi-la e desaparecia deixando o serviço por fazer. Não parou em casa, um segundo apenas, a não ser para se alimentar. Os problemas aumentaram e a avó não suportando mais, foi até ao delegado e conseguiu a soltura do casal.
Os doze dias que ficaram presos, foram muito difíceis de serem recuperados, pois o serviço acumulara e o que estava para colher, se perdeu tudo. Joaquina, pela rebeldia da filha, sofreu um bocado, pois grávida novamente de dois meses e passando por agressões físicas e psicológicas, emagreceu, ficou pálida e muito fraquinha, passou a desmaiar, duas a três vezes ao dia. Toda a sua gravidez, passou por problemas estomacais e muitas dores de cabeça. E mesmo assim, Delfina não lhe dava tréguas.
Aprontava tudo.
Um certo dia, Delfina arranjou um namorado, não era daquelas redondezas, mas para os pais da moça, não importava de onde vinha o pretendente. O que lhes importava era que o rapaz fosse o homem certo para ela, e que o amor dele, fosse o bastante para suportá-la.
Depois que João e Joaquina tiveram a certeza de que era mesmo Delfina a mulher dos sonhos dele, resolveram contar-lhe como era a sua filha. E chamando-o em particular desataram:
_Olha Sérgio, a minha filha é uma menina muito direita, mas não tem um pingo de juízo. Gostaríamos muito que você entrasse pra nossa família, mas depois de tudo que vamos lhe contar, não sabemos qual será a sua reação.
E contando em detalhes sobre a vida e o comportamento da garota, o rapaz respondeu:
_Não se preocupe, eu amo a sua filha e tenho certeza de que o meu amor é capaz de mudar totalmente a vida dela.
_Tudo bem. Nós só não queríamos vender gato por lebre. _Falou o pai muito aliviado e bastante sem graça.
O tempo se passava, Delfina mudou, mas não o suficiente. A mudança deu para esfriar a tensão de muitos, principalmente a dos seus pais. A mãe ganhou o bebê sem problemas, e foi bem cuidada pela filha, mas Joaquina, exagerando na alimentação em plena dieta, começou a passar mal. Miroxa, a velha e entendida parteira, resolveu o caso num só tapa. Chamou Delfina em particular e perguntou_lhe:
_Filha, eu já insisti com a sua mãe, pra que ela me conte o que comeu e não consegui fazer com que me contasse. Você será a salvação de sua mãe. Me conte:
_O que é que a sua mãe andou comendo, para que esteja neste estado tão deplorável?
_Não posso contar. Mamãe me fez jurar pra ela que não contaria pra ninguém.
_Mas se você não me contar sua mãe morrerá, pois não saberei aplicar o remédio. E você será a culpada pela morte dela.
Está bem. _Refletiu um pouco, _Olha, mamãe esquentou umas duas conchas de carne de porco com farinha de mandioca e como estivesse se despedindo de tudo e de todos, comeu feito uma esganada. Enquanto comia, ao mesmo tempo tomava café quente por cima.
Miroxa, com um semblante assustador, balançou a cabeça em sinal de agradecimento, se retirou com essa frase:
_Muito obrigada filha, desta ela escapou.
Joaquina escapou, mas ficou acamada por seis meses. Com o vai e vem de curandeiros que iam visitá-la, apareceu um que não era conhecido por ali. Entrou no quarto acompanhado por seu João, examinou a doente caprichosamente, e eixando-a onde estava, pediu ao chefe da casa que o acompanhasse, e o disse:
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