Mamãe se foi, você me chuta feito cão sarnento. O que foi que aconteceu? Sempre me fez acreditar que era fiel a Deus. Qual o Deus que você serve afinal? Pensei que fosse o mesmo que o meu. O meu não denigre, não é fingido, não hostiliza, não escarnece e é amoroso. Antes de encontrar esse seu novo amor, dizia acreditar em mim e juntos dividíamos a vida, contando o que se passava com a gente. Feito pai e filha. Era tão bom esse momento que pensei que só a morte derrubaria esse gesto. Agora que está com esse seu novo amor, não quer falar comigo, não devolve as ligações que lhe faço e ainda para piorar, esqueceu o seu celular ligado e eu ouvi você me difamar pra ela. Porque? O meu amor por você é enorme. Falou mal de mim por que ainda não tive coragem de me aproximar dela? Não me aproximei dela, papai, porque você não respeitou o meu luto. No dia que mamãe foi enterrada, mulher sem nenhum respeito pelo meu luto, já se aproximou de você. Caprichosamente, com dois meses de mamãe ter morrido, você queria que eu aceitasse outra mulher como que fosse minha mãe. Não estou te entendendo. Quer que eu aceite numa boa? Qual é a sua em me dizer que todos os meus irmãos aceitaram e te entende? Eles, os meus irmãos não deram a minima pela minha mamãe. O meu anjinho se foi, mas eu estarei aqui lutando pela dignidade dela até o fim da minha vida. Eu o amo muito, mas não quer dizer que o meu amor é tão flexível a ponto de esquecer de minha mamãe. Estou falando do que me fez lá atras e do que faz agora. Hoje faz dois anos e quatro meses que mamãe se foi e o meu choro não acaba porque você não me deu o direito de refletir sobre o ocorrido, me obrigando a aceitar qualquer uma que aparecesse em sua vida. Agora parece que o meu coração não quer ver a sua atual mulher. Não tenho sentimento algum por ela. No dia do velório da mamãe ela estava sentada nos pés do caixão. Só descobri que era ela há poucos dias, sei que o senhor não tinha nada a ver com aquilo, mas lá estava ela sorrindo e me ouvindo a lamentar a perda. Quer mais? Papai, mesmo com tudo isso, te amo muito e quando precisar de mim, me procure que estarei sempre de braços abertos pra te receber. Você papai, é o grande amor da minha vida. Mamãe também sempre foi e pra sempre será.
Mary Pego.
II
Hoje, depois de todos os meios de comunicação ter chegado ao fim, quero dizer aos meus familiares que; mesmo vocês sabendo qual era, e o porque do meu grito, se afastaram com o argumento que lhes xingo e que os detono. Não os xinguei e se os detono com as verdades que os digo, fazer oque? Quando lhes disse que mamãe não estava sendo bem cuidada no hospital e lhes dei provas, só demostraram surpresas na hora e além de se calarem, tentaram me barrar, dizendo;
_ Deus proverá! Somos crentes. Papai alegou que o próprio médico não poderia ser pressionado porque era de sua igreja.
Mamãe provou da hostilidade, prepotência e incompetência dos filhos e papai. Pra que vocês não pensem que sou injusta, vou lhes falar um pouquinho do que acho,
Aquela que mora em Santa Catarina, aquela sim é a dona do amor, ela tirou as duas filhas da escola, colocou as duas pequenas para dormirem em um piso, com um frio rigoroso, numa condição desumana enquanto as que estavam por perto ainda achavam no direito de chegar na casa de mamãe e estufar o peito a dizer;
_Trabalho a semana inteira e o que eu quero é descansar. Sentadas, comiam, brigavam e ainda se achavam no direito de estar fazendo o bem. Ela, (a de Santa Catarina) além de estar doente, deixou casa, marido (que depois de algum tempo se juntou a ela), passou por muitos problemas para conseguir ficar na paz, pois ainda para piorar, alguém que só estragava o ambiente com vandalismo, queria lhe peitar se achando o bonzão, dizendo;
_ Venho sempre! Quem quer ver os pais vem, sem querer saber quando e como.
Coitado! Como eram pessoas extremamente problemáticas, papai, inclusive mamãe viviam aterrorizados quando sabiam de suas vindas. Pessoas tempestuosas e de temperamentos questionáveis. A que vinha de longe, vinha pra pra fazer bonito? Claro que não, o amor dela fez com que fizesse isso. Acham que papai com setenta e nove anos (79) dormia no hospital enquanto se rachavam de dormir no quentinho, protegidos do frio e ele dormindo numa cadeira, era atitude de quem queria se mostrar? Vão se catar! Com argumentos fúteis, queriam ainda se passar por vítimas. Sou uma filha, moro distante e por várias vezes passei cerca de mês dando os cuidados para que mamãe se restituísse do seu problema. Foi muito pouco o que fiz. Isso para quem esta doente, não é absolutamente nada. Não foi possível restabelecer a sua saúde, talvez não era pra ser assim, mas isso não ameniza a decepção que passei vendo quem deveria ajudar, chegando e quebrando o pau dentro de casa enquanto mamãe gemia de dor. Sempre vinham com papo de quem não quer fazer;
_Eu trabalho fora, não posso ficar. Eu tenho marido, não posso dormir. As crianças não podem ficar só.
_ Pra encher o bucho e o saco, podiam vir até sozinhos pra casa de mamãe.
Quando mamãe estava nas últimas, alguns não iam vê-la ou cuidá-la no hospital ou em casa, porque não aguentavam vê-la sofrer. Pode?
A que veio de Santa Catarina para cuidar de mamãe, deixou com o coração apertado, a filha menor aos cuidados de seu pai por não poder pagar a passagem de todos. Ela era criança, mas já pagava passagem. Isso não foi colocado em conta.
Quero dizer-lhes que xingamentos não houve, houve por parte de vocês melindre e fata de vergonha na cara. São desalmados de qualquer sentimentos bons. São (crentes) sem nem um pouquinho de amor próprio, quanto mais ao próximo. Papai não gosta do que falo, mas vou falar sempre. Com a idade que tem, trabalhou, sofreu, cuidou de mamãe do jeito que achava melhor. (cometeu os seus erros, tentando acertar) e vocês por perto, mesmo sabendo da sua exaustão, (sem poder dormir e se alimentar) não erguia um dedo ao ser convocado. O que muitas vezes faziam era comer a comida que era guardada pra ele comer quando vinha pra casa tomar banho, comer e dormir.
Quando ela (mamãe) arruinava que além de dores ficou depressiva, falei para alguns sobre o fato que o médico expôs, pedindo-nos que falássemos para a família sobre o problema, na esperança de que viessem lhe fazer uma visita rápida e evitasse a baderna, isso só fez piorar o caso. No que ficaram sabendo, pareciam corvos descendo numa carniça. A casa ficou abarrotada e a comida era feita quase sem parar. Querem o meu silêncio? Mamãe se foi, mas só me calo quando morrer. INCONSEQUENTES! VÂNDALOS! DESALMADOS! Esperei por todo esse tempo, mandando mensagens, via celular, computador, cartas, na espera de uma resposta descente e nada. O silêncio e a hostilidade ficaram ainda mais fortes. Por tempo pensei que fossem atos inconscientes e só agora é que descubro que a reação é de pessoas que não querem se ocupar com nada. São pessoas que usam de uma igreja para demonstrar santidade.
Quando mamãe estava sendo expulsa do hospital onde estava, porque reclamei que por dois dias não a medicavam, pensei:
_ Com uma família enorme dessas, alguém vai me ajudar. mas não.
Tentaram me desqualificar pelo ato. O caso aconteceu assim.
Sai do quarto onde mamãe estava internada, e enquanto ela estava calma naquele momento. No corredor do hospital parei frente o posto das enfermeiras e notei sem querer que tinha quadrinhos negros com o nome do paciente e logo abaixo a medicação que era pra ser administrada pelo enfermeiro. Todos estavam certos, com o nome do paciente, com o nome dos remédios e hora a serem dados. O quadro da mamãe, estava só o nome dela e o restante apagado. Lerda como sou, pensei que fossem dar alta pra ela. Voltei ao quarto rapidamente e lhe falei;
_Mamãe, acho que você esta de alta.
Ela me olhou nos olhos e me disse;
_Tô nada! Ruim como estou. não vão me dar alta.
Insisti lhe dizendo;
_Vai sim, o seu quadro não tem medicamentos pra você.
Ela, em sobressaltos, me disse;
_Não acredito!
Sai e voltei lá e fotografei o quadro para lhe mostrar o quanto eu estava lhe falando sério. Não notei ninguém por ali, talvez por não estar pensando bobagens, mas alguém no que sai, levou o caso a algum maioral. Resultado: _ Expulsaram mamãe do hospital. Mediante a acusação, mostrei, entreguei o meu celular ao médico, (enquanto mamãe passava mal, vomitando à ponto de morrer e ninguém fez nada),
Quando mamãe nos disse que uma enfermeira a atendeu com agressões, procurei saber quem era e sai junto com papai, à procura de sua identidade para saber se era verdade. Porque, pelo estado grave de saúde que mamãe se encontrava, poderia ser alucinações. Depois de insistir na procura, não encontrando, voltamos ao quarto. No que entramos, damos de cara com ela. Sabe como a identificamos? Me desabafei lhe dizendo o que mamãe nos contou.
A maldita sem ser acusada em nada, pois nenhum de nós dois sabíamos quem realmente era, disse-nos:
_ Só o fiz, porque foi preciso.
Quando eu quis levar o fato a diante, esbarrei com o irmão de fé de papai ( o médico).
Uma família inteira vendo mamãe sendo maltratada e de braços cruzados ficaram a assistir o linchamento dela.
Reclamei, chorei, me esperneei e com o meu lamento excessivo, perdi contato com a família inteira. Papai não era e não esta jovem, mas está lúcido para saber que falo a verdade. Se quer usar da truculência para impedir a verdade, vou usar desse meio para debater o que fizeram com mamãe.
Ela não deveria ter passado por isso. Na hora de suas crises, com um medidor de pressão arterial em mãos, outro para medir a glicemia, (comprei e deixei tudo nas mãos de papai) e preferiu dar água com açúcar, com o argumento de que o seu diabete estava descontrolado. Se não sabia ( se estava alterado, ou, baixo) não podia fazê-la ingerir nada. Mamãe não merecia morrer num hospital, sem nem um respirador artificial. Quando cheguei e vi mamãe acabando de partir sem um respirador (U T I) sem que parente algum fizesse nada, prometi a Deus e a ela ( ali no leito de morte) que deixaria de usar desse meu sentimento que se chama amor, e lutaria por ela até o fim. No que falei a ela, uma lágrima desceu de seus olhos. Estou certa que ouviu. Enquanto eu viver, falarei dessa irresponsabilidade vinda de meus parentes. Esse é um choro que jamais se acabará.
III
Um dia de manhã, com um sol escaldante despontando no horizonte, eu com um sono como que não tivesse dormido direito, o telefone toca e ao atender, era:
_ Tia, a gente precisa da senhora aqui. A mãe está doente e tem que ter alguém para ajudar a cuidá-la. Imediatamente me levantei e somente escovei os dentes. Mudei de roupa e passei a correr atrás de caixa eletrônico para poder ir ao encontro de mamãe. No que consegui, coloquei os meus pertences numa mala e chamei um táxi. O meu destino era a rodoferroviária, mas não tive a felicidade de chegar até lá. Passei mal e o taxista me levou ao hospital cajuru, onde o médico me proibiu de fazer a viajem. O telefone não parou de tocar enquanto estava sendo atendida. Lamentos e chamados constantes e eu cada vez piorava ate a proibição médica em atendê-lo. Depois de dois dias de molho e o telefone mais elétrico que nunca, foi que eu pude viajar. Chegando lá, a casa revirada e abarrotada de desocupados, metidos a crentes preocupados em visitá-la e com as madames a descansar. Procurei ter paciência pra não falar algumas bobagens. Não sou santa e mesmo me segurando, de quando em quando saia algumas. Para a minha família santa e intocável, não se pode falar nada. Pra começar, não pode sequer ter cérebro. Com eles, todos tem por obrigação ser débil mental. E para aturá-los com aquela morrinha de que isso não faço, porque sou crente, tem que ser mesmos idiota, mas ser preguiçoso, prepotente e omisso, isso pode! Sendo assim resolvi usar da ideia de que;
_Eles não me representam!
No dia da morte da minha mãezinha eu vi o quão forte era a falsidade deles. Eles não só gritavam, uivavam feito um animal no seu extremo estado de loucura. Alguns visitantes tiveram que segurar o caixão para que não o derrubasse ao chão. Desespero? Claro que não. Eu não acreditei nem um pouquinho naquilo, porque com pouco tempo demonstraram que já estavam conformados. Teve gente que na volta do cemitério já tinha adotado até outra mãe? Eles já tinham se esquecidos de um passado bem recente. Não são loucos, estavam lúcidos.
A música gospel no que chegaram, foi colocada em som altíssimo. Com o som aproveitavam de algumas guloseimas que estavam a disposição do povo. Teve gente que quase se despediu desse mundo na hora da saída do caixão. Esse imbecil, mesmo morando por perto, sequer foi fazer uma visitinha e matar a saudade que mamãe sentia por eles. Quer mais? Me digam, como me calar se até o banho de mamãe, estranhos é que lhe davam com os filhos de braços cruzados?
Não tenho certeza do que vou falar agora, mas pelo que já ouvi e me passaram, acho que a mulher atual de papai andava por lá antes de mamãe morrer. Fiquei sabendo que deu até banho no meu anjinho. Ciumenta como mamãe era. Tadinha! É para se sentir bem? Tenho que amá-la? Respeitá-la?Não, não e não. Isso pra mim é traição. Mamãe foi traída no seu leito de morte.
Acho que tenho que morrer e nascer de novo para aceitar tudo isso. Isso para mim é muito!
IV
Não sei responder, mas eu já sabia disso ha muito tempo. Cheguei a bater algumas pedras com a minha parentela. Mamãe estava viva, doente, mas ainda conseguia sorrir comigo. Como era linda e amável a minha mamãe.
Certo dia, depois de saber sobre o que vi num sonho, ela com ar apreensivo, me disse;
_ Será que o que você viu, quer dizer que sou eu que vou morrer?
Lhe respondi também apreensiva, porque achava que eu seria a primeira;
_Não meu anjinho, não é você que vai morrer. Por mim, daria a minha vida pra lhe defender. Sorrindo como um anjo, me deu um abraço.
Eu amo a minha mamãe e não vou esquecê-la jamais. Papai não consegue sentir o amor que tenho por ele. Filho pra ele, não fala, não questiona.
Se o governo não da amparos legal para defender alguém doente como mamãe estava, e com uma família omissa, ignorante chegando as margens da burrice, como cuidar? Não ha pessoa que resiste por muito tempo sendo maltratada.
Estavam se comportando como o jacaré faz. Ele choca os seus ovos só olhando. Assim não ha doente que resista. Mamãe morreu sem cuidado algum e ainda para piorar, no seu último suspiro, fomos agradecer a quem não fez nada para preservar a sua vida.
Negar o sofrimento de mamãe, seria matá-la a cada negação, então que aguentem o cumprimento do ocorrido. São presas da ignorância e pensam que são livres. Armam para si próprios a arapuca da morte e ficam alardeando vitória.
Vão gritando que não precisam ouvir ninguém? Vão dando água com açúcar para acalmar alguém com crise de glicemia alta? Se continuarem assim, vão morrer um após o outro. Se não podem ou não devem ouvir ninguém, então; ouçam os gemidos de quem julga amá-los, enquanto o envenenam? Gente que abrem um sorriso largo quando não são contrariados, sê do contrário a coisa não fica boa. Eu (particularmente falando) não tenho a obrigação de dizer sim senhor, para o que esta sendo prejudicial ao outro. Quer a minha aprovação, faça-o por merecer. Já que tudo o que falei para o bem de vocês não deram certo, estou aqui desenhando pra poder fazer com que me entendem. Não vai adiantar se fazer de desentendidos.
E se tenho algo para falar, não vai ser por censura da família que vou me aquietar.
A atual mulher de papai, me parece que tem uma luz brilhando em algum lugar em sua cabeça, porque ao invés de papai, tem os seus filhos por perto. Filhos estes que; pelo que me passaram, não são tão perfeitos assim. Se fossem, não comprariam celulares caros no nome de papai pra depois não pagarem, mas devem beijar que é uma maravilha só!
Papai teve pessoas que lhe ajudaram sem querer receber nada em troca, na hora da dor. Quero dizer-lhes a todos, que lhes agradeço de coração. Obrigada a todas eles. Mas houve aquelas que passaram por lá, para tirar a paz, o sossego e vandalizar.
Certo dia, papai me confidenciou que quando tinha que sair em buscas de remédios para mamãe, ela passava fome e sede na cama sem poder se levantar. Quando se trata de gratuidade, a demora é grande, e então quando regressava procurava dar o alimento e água pra ela.
Mamãe ao falecer deixou uma filha especial. Antes, bem antes me pediu que, se por um acaso viesse a faltar, que eu ficasse de olho na moça nem que fosse a distância, ou, que trouxesse para junto de mim. Ao saber por parentes próximo que a moça estava sendo maltratada, e tentei defendê-la, já me dei mal. Alguém que eu achei que fosse de minha extrema confiança, me telefonou dizendo que um ventilador da mulher atual de papai apareceu quebrado e (segundo fiquei sabendo) a atual de papai além de lhe ameaçar com palavras ofensivas, a pôs pra fora de casa. Papai me negou isso, mas foi confirmado por mais de uma pessoa. Acho que é verdade sim, porque depois desse episódio, separaram casa e não dividiram mais nada com ela. Ela (a moça ) se comporta como uma criança e tudo o que quiser que ela fale, ou faça é só lhe dizer que vai lhe presentear que tudo sai exatamente como quiserem.
Papai não quer que eu lhe questiono, mas fiquei sabendo que tarde da noite ela andava chorando e reclamando do péssimo tratamento recebido.
Papai expulsou os filhos dele, mas filhos, netos e todo tipo de desocupados (da parte de sua atual), estão espichados no sofá da sala. Nenhum deles precisou se distanciar de parentes para não correrem perigo sério. Lá estão enfurnados, feitos sanguessugas grudados nele. (papai)
Sinceramente, não é pra mim!
LXXVII
As vezes paro para pensar e acho impressionante de como sou ranzinza. Quando ligo para algum familiar meu, detesto que outro atenda. Até porque, quando ligo para um número móvel, esse número tem que por obrigação ser particular. Fico doente com isso, e isso acontece sempre.
Papai não me ama, por isso não me atende. Quando o telefone toca, passa para qualquer um que esteja por perto dele. Só os cachorros de sua propriedade não me atenderam. Ainda.
Quero falar de minha vida, saber da dele, falar de minhas dores, chorar de saudades e a sua mulher (com a permissão dele) que não sabe nada da minha vida, ousa em me atender. Tem que ser uma mulher que não tem vontade própria, ou, não usa o seu cérebro para pensar.
Pensa que sabe tudo, porque papai com a sua arrogância, não fala a verdade pra ela. Papai a coloca para atender o telefone, porque tem receio que eu lhe fale o que não quer ouvir, e ela pensa que tem o controle da situação. Parece piada, mas não.
Ele (papai) deve pensar assim:
_ Eu me distancio do problema e quero ver com quem ela vai falar. ( O problema pra ele, sou eu)
Ele está certo que vou lhe questionar. E este problema, ( é dele).
Acho infantilidade da parte de sua esposa me atender. Pra não dizer imbecilidade.
Papai vive fingindo o tempo todo e não me entende, por ter dividas com a vida. E pra não botar a cara em risco, me botou pra "Cristo."
Quando eu ainda não tinha um celular, andava muito a procura de um telefone público na esperança de falar com alguém da minha família e cada um que encontrava, testava-o.
Com o dinheiro curtíssimo, comprava um cartão e quando finalmente achava um telefone em bom estado e ligava, advinha quem me atendia e não arredava pé enquanto os meus créditos não terminavam? Um filho de minha sobrinha que mal sabia falar. Quando ouvia a sua voz, desligava, esperava uns minutos e quando voltava a ligação, lá estava a criaturinha na linha. Um dia me desesperei e o chamei de criaturinha. Estou certa que ele contou, porque fiquei em maus lençóis. O clima mudou muito e os meus contatos ficaram ainda piores. O pestinha tem uma educação escassa e ainda tenho que suportá-lo.
Muitas vezes insistia que fosse chamá-los. Ele do outro lado da linha fazia o mesmo;
_ Oquê você quer falar?
Enquanto naquela reza de doidos, ouvia vozes de papai se cruzando com umas e outras. Estavam por perto e sequer procuravam saber quem estava na linha. Ainda que ele me perguntava;
_ Tia o quê você quer falar com o vô?
Nessa acabavam os meus créditos e me punha a chorar. É muita brincadeira pra quem esta morrendo de saudades e preocupação. Reclamei por muitas vezes com papai do que acontecia e nada mudava. Os meus reclames não teve sucesso. Até que um dia liguei e ouvi;
_O telefone encontra-se desligado. Procurei por outros números de propriedade da família e encontrei de uma sobrinha. Com pouco tempo de conversa, fiquei sabendo que papai mandou desligar porque muitos davam o seu número na hora que faziam compras parceladas, não pagavam em dia e a cobrança tirava o seu sossego. Devia de ter me avisado antes de cortar. Comprei um celular e mesmo ficando bem mais caro, passei a ligar para o celular dele. Estava difícil, mas uma hora e outra conseguia falar com ele. Eu finalmente estava tranquila, mas como a alegria de pobre dura pouco, com poucos meses, tentei e não mais consegui falar. Papai, com o argumento que uma mulher estava ligando pra ele, trocou o número com minha sobrinha e outra vez não me avisou.
Ele sempre soube que os outros números, dentro do quadro familiar, não davam importância ao fato, até porque quando mandava mensagens no número dele, nunca alguém soube da existência delas. Apagavam antes que ele as vissem. Estou certa disso porque quando esqueceu o celular ligado e peguei-o me difamando com a sua atual mulher, brava e me sentindo traída com o ato, mandei uma mensagem, desaforada, mais ou menos, assim;
_Não quero e nunca falei mal de vocês, deixaram o celular ligado e ouvi vocês me difamando. O que estão falando contra mim, não é verdade. Vão ser crentes assim, no inferno!
E o número foi trocado mais uma vez e com uma rapidez de um relâmpago. Só que dessa vez sem chances de eu ter o seu número. Papai provou de todos os jeitos que não me ama e veio dando provas de muito longe. Enquanto trabalho na esperança de vê-lo bem amparado, me despreza como que eu quisesse a ele todo o mal do mundo. Se conseguisse ver o meu coração, não fazia o que vem fazendo ha anos, mas mesmo assim, eu o amo. Esse meu coração idiota não quer esquecê-lo, quer amá-lo de qualquer modo, não importando o que ele me faz. Preciso fazer uma faxina interior para parar de sofrer com pessoas frias e desalmadas.
VXXX
Quando das raras vezes que consegui falar com papai, após o seu novo casamento, das pouquíssimas coisas que lhe perguntava eram;
_Papai, como vocês estão?
Ele como estivesse passando uma correção, me dizia:
_Não gosto que fale mal de minha mulher. Ela não é isso que você está falando, não.
Dava pra se notar que queria me ver distante deles, e queria que ela entendesse que eu estava rejeitando-a.
Quando ela se ausentava, indo pra São Paulo e o deixando em casa como um cão de guarda, (coisa que ele não fazia com mamãe) a fuleiragem corria à solta. Ele tomava o telefone e desabafava.
Bem feito!
Gostaria que todos os homens que fizesse assim com suas esposas e pousassem de bons maridos frente aos fiéis de sua igreja, acontecesse exatamente assim.
Quando vi que estava só e senti a sua angustia o convidei para que viesse até a minha casa com a minha irmã que eu o cuidaria e ainda arcava com os gastos. Ele rejeitou. Então; lhe disse que quando ela voltasse de sua viagem, pagava as passagens, para que vissem passear em minha casa, (Coisa que ele vivia me pedindo antes e eu não aceitava por ainda estar de luto pela morte de minha mamãe) fingiu não me ouvir e repetia do contrário por várias vezes, assim;
_ Você não vai bater nela não, né? Você não vai machucar a minha esposa, né?
Ele fez isso por inúmeras vezes e um dia eu consegui ouvir a respiração dela do outro lado da linha. Porque? O que realmente papai queria e quer?
Aquela sua filha legitima caçula (papai) deve ter problemas psíquicos gravíssimos, ou está de coluio com o senhor, porque depois do seu desentendimento e falsidades, ela passou a não entender absolutamente mais nada. Tudo e todas as informações que pedia a ela, ela não conseguia repassar uma noticia sequer. Tudo que lhe mandava dizer para o senhor, dizia se esquecer. Sempre quando lhe perguntava do senhor e de como estava, ele me respondia;
_Eu não me lembro mais o que você me mandou dizer. Ou _Não vi o pai e não consigo mais falar com ele. Só a mulher dele atende e nunca ela sabe de nada. IMBECIL! Mora tão perto de papai e sequer vai dar uma olhadinha nele.
Como que estivesse surtada, falava;
_Pare de xingar o pai!
Coitado dele, deixam-o nas mãos de estranhos e problemáticos e acham que estão lhe defendendo!
Me disse certa vez, chorando ao telefone;
_Ele não nos quer por perto, não atende as minhas ligações e acho que vou abandoná-lo.
Como abandoná-lo se nunca fizeram nada por ele? Ele está arredio é pelo tamanho da santidade dele, só sabe viver de mentiras. O que realmente querem, não sei, e não sei se um dia descubro. É muita lama para que eu possa nadar, ou, mergulhar nela.
Na minha opinião enquanto filha, papai não tem mais idade de dizer "NÃO" a presença dos filhos. Está lá uma casa cheia de pessoas obscuras, se fingindo de filhos.
Eu, particularmente falando, não vou até a ele porque não tenho recursos financeiros o suficiente para estar por perto.
Depois, quando a minha família fica sabendo que estou para aparecer por lá, (Inclusive papai) começam a me por medo dizendo que o meu irmão vai me matar, e que estão prontos para me destruir. Sinceramente falando; tenho medo da minha família!
Pelo comportamento de papai, estou certa que não leu as cartas que lhe mandei, por todo esse tempo. Se leu e se comporta como uma pessoa agressiva e desatualizada, esta precisando de tratamentos e todos em sua volta não dão a minima importância ao fato.
Acho que se mamãe tivesse me deixado ainda pequena, papai teria feito igual o idiota do pai dele ( o então provável, meu avô) teria me abandonado sem sequer olhar para trás. Me deixaria ao deus dará, mesmo sabendo do grande amor que tenho por ele. Eu, ingênua que fui e ainda sou. escrevi um livro (que hoje está sendo avaliado por uma editora renomada) fazendo uma homenagem lindíssima, venerando o seu amor por mim e só hoje vejo como ele me despreza. Mesmo assim quero que seja para a eternidade o meu grande amor. O meu papai de sempre!
O AMOR É INCONDICIONAL E EU OS AMO MUITO!
Tudo que papai falou de ruim sobre a sua mulher, atribuiu a mim (só repeti um nome, que ele me disse que ela era) mas estou em paz, porque sei que nada aqui neste mundo fica encoberto. Só estou surpresa, porque sempre achei que ele (papai) tinha uma índole cristã, Cristãos de verdade não calunia, não mente, não transfere ao outro o que é de culpa exclusiva sua. Papai transferiu a mim porque tem medo de perdê-la, mas a mentira tem a perna curta e enquanto durar essa farsa o seu casamento ficará em pé baseado nesta mentira. Ele ( papai) me ensinou a vida toda que a verdade sempre tem que estar em primeiro lugar, agora quer por força maligna que (eu) assuma o seu erro.,
Não assumo. Quem falou primeiro foi o senhor, depois eu.
Olhe no espelho e diga tudo o que disse de mim, para o senhor. Você (papai) é o verdadeiro culpado de tudo do que está acontecendo hoje. Eu assumo tudo o que falo e faço, não sou como vocês que por ter mania de santo, joga pra cima dos outros.
Hoje estou muito surpresa com as desalmadas que na época em que mãe estava muito enferma, e fico me perguntando;
_Porque não levaram os seus filhos para que mamãe os cuidassem no cemitério? Levassem de manhã e buscassem à tarde, como faziam sem pena da enferma. Só que levem as mamadeiras, comida e os pertences deles, porque defunto não cozinha e não compra nada.
As incompetentes não deram descanso pra mamãe nem na hora da dor.
Sim! Mamãe estava gravemente doente e papai saturado, ocupado, preocupado com tudo e os marrentos deixavam os seus filhos para que cuidassem. Até o cachorro, papai tinha que comprar a ração, quanto mais o leite. INCOMPETENTE E DESALMADOS!
(Conhecereis a verdade e a verdade vós libertará. Quem ama cuida e nós filhos; Tirando a de Santa Cataria; não cuidamos da mamãe) A bíblia ensina que quem ama cuida, respeita os pais e os mais velhos. Tudo por amor a eles. E eu não vi isso dentro da casa da mamãe. Existe aquela que trabalha sozinha pra cuidar das filhas, mas o resto é falta de consciência e conversa fiada.
Tem só título de bons servos, falam bonito e querem platéia pra uma igreja ver e ouvi-los.
Engana quem não os viram, a mim não.
O texto em questão, incluindo o título original, não foi postado na íntegra por estar sob proteção de seus direitos autorais. As páginas que se seguem (exceto a de nª 77) só serão vistas pelo público em meados de 2015.
MARY PEGO
